«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 31 de março de 2013

Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī


Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī (مولانا جلال الدین محمد رومی), também conhecido como Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Balkhī (محمد بلخى), ou ainda apenas Rumi ou Mevlana, (30 de setembro de 1207  17 de setembro de 1273), foi poeta, jurista e teólogo sufi persa do século XIII.

«Cantar como os pássaros cantam, ou seja, sem se importar se alguém ouve».
«É pela ferida que entra a luz».
«Quando estás comigo, fico acordado toda a noite./ quando não estás, não consigo dormir./ louvado seja Deus por essas duas insónias/ e a diferença entre elas.

O Sufismo é conhecido como a corrente mística e contemplativa do Islão. 
De acordo com as grandes escolas de jurisprudência islâmica, o sufismo é considerado como um movimento herético, tendo sido, por isso, perseguido inúmeras vezes ao longo da história.
Dança sagrada  mevlevi, fundada por Rumi.


segunda-feira, 25 de março de 2013

QUASIMODO


E DE REPENTE A NOITE
 
 
Cada um está só sobre o coração da terra
 
trespassado por um raio de sol:
 
e de repente a noite

Da Acque e terre (1920-1929).



ED È SUBITO SERA

Ognuno sta solo sul cuor della terra 
trafitto da un raggio di sole: 
ed è subito sera.


REFÚGIO DE PÁSSAROS NOTURNOS
 
No alto um pinho torcido; 
está atento e escuta ao abismo
 
com o tronco dobrado como besta.
 
 
 
Refúgio de pássaros noturnos,
 
na hora mais alta ressoa
 
um veloz bater de asas.
 
 
 
Tem pois um ninho meu coração
 
suspenso na escuridão, uma voz;
 
está também, à escuta, da noite.




APOLLION
 
Os montes em escuro sono 
supinos jazem abatidos.
 
 
 
A hora nasce
 
da morte plena, Apollion;
 
sou ainda lerdo de membros
 
e o coração pesa desmemoriado.
 
 
 
Alongo minhas mãos
 
de chagas esquecidas,
 
amado destruidor.
 


JÁ VOA A MAGRA FLOR
 
Não saberei nada da minha vida,
escuro monótono sangue.
 
Não saberei a quem amava, a quem amo,
agora que aqui limitado, reduzido aos meus membros,
no corrompido vento de março
enumero os males dos dias decifrados.
 
Já voa a magra flor
dos ramos. E eu espero
a paciência de seu vôo irrevogável.

CARTA
 
 
Este silêncio detido nas ruas,
 
este vento indolente, que agora resvala
 
ao rés, entre as folhas mortas, ou remonta
 
às cores das bandeiras estrangeiras...
 
Talvez a ânsia de dizer-te uma palavra
 
antes que se feche outra vez o céu
sobre outro dia, talvez a inércia,
 
nosso mais vil mal. A vida
 
não está neste tremendo, escuro, latir
 
do coração, não é piedade, não é mais
 
que um jogo de sangue onde a morte
 
está
 em flor. Oh!, Minha doce gazela, 
te recordo aquele gerânio aceso
 
num muro crivado pela metralha.
 
Oh, nem sequer a morte agora consola
 
mais aos vivos, a morte por amor ?
 


Salvatore Quasimodo