Lamartine (Mâcon, 21 de outubro de 1790 - Paris, 28 de fevereiro de 1869) foi um escritor, poeta e político francês. Seus primeiros livros de poemas (Primeiras
Meditações Poéticas, 1820 e Novas Meditações Poéticas, 1823)
celebrizaram o autor e influenciaram o Romantismo naFrança e em todo o mundo.
"A minha mãe acreditava, e eu penso o mesmo, que matar
animais com o objectivo de comer a sua carne é uma das mais deploráveis e vergonhosas
fraquezas do estado humano; que é uma daquelas pragas lançadas sobre o homem ou pela sua queda, ou pela teimosia da sua
própria perversidade."
O Outono
Salve, bosque coroado dum resto de verdura!
Folhagens amarelentas na relva esparsa;
Salve, derradeiros dias! O luto da natureza
Convém à dor e agrada aos meus olhos.
Sigo com passo sonhador o atalho solitário;
Amo rever ainda, pela última vez,
Este sol pálido, do qual a ténue luz
Mal me chega aos pés na obscuridade dos bosques.
Sim nestes dias de outono ,onde a natureza expira,
Encontro mais atractivos em seus olhares velados;
De um amigo é o adeus, é o derradeiro sorriso
que dos lábios a morte vai fechar para sempre.
Assim prestes a deixar da vida o horizonte,
Em meus longos dias chorando a desvanecida esperança,
Mais uma vez retorno e, com um olhar de inveja,
Estes bens dos quais não desfrutei contemplo.
Terra, sol, vales, bela e doce natureza,
Uma lágrima vos devo à beira do meu túmulo.
O ar perfumado está! tão pura é a luz!
Aos olhos dum moribundo é mais belo o sol!
Agora desejava, até ao fundo esvaziar,
misturado de néctar e de fel, este cálice:
Ao fundo desta taça, uma gota de mel!
Quem sabe o futuro reservasse ainda
Uma vez mais a felicidade da qual se perde a esperança!
Quiçá, na multidão, uma alma que não conheço
Minh’alma teria compreendido e uma resposta me daria !...
Cai a flor entregando ao zéfiro seus perfumes;
À vida, ao sol, apenas sobram adeuses;
Eu, morro, sim, e minh’alma, no instante em que expira,
Qual plangente e melodioso som se exala..
Salve, bosque coroado dum resto de verdura!
Folhagens amarelentas na relva esparsa;
Salve, derradeiros dias! O luto da natureza
Convém à dor e agrada aos meus olhos.
Sigo com passo sonhador o atalho solitário;
Amo rever ainda, pela última vez,
Este sol pálido, do qual a ténue luz
Mal me chega aos pés na obscuridade dos bosques.
Sim nestes dias de outono ,onde a natureza expira,
Encontro mais atractivos em seus olhares velados;
De um amigo é o adeus, é o derradeiro sorriso
que dos lábios a morte vai fechar para sempre.
Assim prestes a deixar da vida o horizonte,
Em meus longos dias chorando a desvanecida esperança,
Mais uma vez retorno e, com um olhar de inveja,
Estes bens dos quais não desfrutei contemplo.
Terra, sol, vales, bela e doce natureza,
Uma lágrima vos devo à beira do meu túmulo.
O ar perfumado está! tão pura é a luz!
Aos olhos dum moribundo é mais belo o sol!
Agora desejava, até ao fundo esvaziar,
misturado de néctar e de fel, este cálice:
Ao fundo desta taça, uma gota de mel!
Quem sabe o futuro reservasse ainda
Uma vez mais a felicidade da qual se perde a esperança!
Quiçá, na multidão, uma alma que não conheço
Minh’alma teria compreendido e uma resposta me daria !...
Cai a flor entregando ao zéfiro seus perfumes;
À vida, ao sol, apenas sobram adeuses;
Eu, morro, sim, e minh’alma, no instante em que expira,
Qual plangente e melodioso som se exala..
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