«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 27 de outubro de 2013

Caprice em Lá menor, Op. 1 No. 24



Niccolò Paganini (Génova, 27 de Outubro de 1782 – Nice, 27 de Maio de 1840) compositor e violinista italiano que revolucionou a arte de tocar violino, e deixou a sua marca como um dos pilares da moderna técnica de violino. O seu caprice em Lá menor, Op. 1 No. 24 está entre suas composições mais conhecidas.


Graciliano Ramos



Graciliano Ramos de Oliveira (Quebrangulo, 27 de Outubro de 1892 — 20 de Março de 1953, Rio de Janeiro) romancista, cronista, contista, jornalista,político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por seu livro Vidas Secas.

Vidas Secas

“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda da pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.”


LA VITA È BELLA



Roberto Benigni (Castiglion Fiorentino, 27 de Outubro de 1952) premiado actor e director de cinema e televisão.
Benigni é provavelmente mais conhecido pela sua tragicomédia, La vita è bella, sobre um homem que tenta proteger o seu filho durante o seu internamento num campo de concentração nazista, fazendo-o acreditar que o Holocausto é um jogo elaborado e que ele tem que seguir fielmente as regras para vencer. O pai de Benigni perdeu dois anos da sua vida num campo de concentração em Bergen-Belsen, e a "A Vida é Bela" é baseado em parte nas experiências do seu pai. O filme foi nomeado em 1998 para sete prémios da Academia e ganhou na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Actor e Melhor Banda Sonora, composta e executada por Nicola Piovani
Muito popular na Itália, Benigni tornou-se famoso, por uma série de TV chocante chamada Televacca que foi um grande escândalo e foi suspensa pela censura. Depois, apareceu durante uma demonstração política pública do Partido Comunista Italiano, utilizando a figura de Enrico Berlinguer, uma figura muito séria, fazendo humor a partir dele.
Mais tarde, insultou o papa João Paulo II durante um importante show de TV e foi censurado novamente. Benigni dirigiu o filme sobre a Guerra do Iraque chamado La tigre e la neve. Em 2005 tirou parte da sua roupa no telejornal mais assistido nos fins de tarde em Itália. Antes de fazer isso, ele "sequestrou" os créditos iniciais do telejornal, e pulou em frente a câmara anunciando: "Berlusconi renunciou!". Benigni é um duro crítico do ex- primeiro-ministro Silvio Berlusconi.




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine (Mâcon, 21 de Outubro de 1790 - Paris, 28 de Fevereiro de 1869)



Lamartine (Mâcon, 21 de outubro de 1790 - Paris, 28 de fevereiro de 1869) foi um escritor, poeta e político francês. Seus primeiros livros de poemas (Primeiras Meditações Poéticas, 1820 e Novas Meditações Poéticas, 1823) celebrizaram o autor e influenciaram o Romantismo naFrança e em todo o mundo.
Seus poemas são caracterizados por profunda melancolia, cujos temas freqüentes são religião e amor. 

"A minha mãe acreditava, e eu penso o mesmo, que matar animais com o objectivo de comer a sua carne é uma das mais deploráveis e vergonhosas fraquezas do estado humano; que é uma daquelas pragas lançadas sobre o homem ou pela sua queda, ou pela teimosia da sua própria perversidade."

"As utopias são, muitas vezes, verdades prematuras."

"Admiramos o mundo através do que amamos".

"Eis a natureza que te convida e te ama; mergulha no seu seio que ela constantemente te oferece."

O Outono 


Salve, bosque coroado dum resto de verdura! 
Folhagens amarelentas na relva esparsa; 
Salve, derradeiros dias! O luto da natureza 
Convém à dor e agrada aos meus olhos.

Sigo com passo sonhador o atalho solitário;
Amo rever ainda, pela última vez,
Este sol pálido, do qual a ténue luz
Mal me chega aos pés na obscuridade dos bosques.

Sim nestes dias de outono ,onde a natureza expira,
Encontro mais atractivos em seus olhares velados;
De um amigo é o adeus, é o derradeiro sorriso
que dos lábios a morte vai fechar para sempre.

Assim prestes a deixar da vida o horizonte,
Em meus longos dias chorando a desvanecida esperança,
Mais uma vez retorno e, com um olhar de inveja,
Estes bens dos quais não desfrutei contemplo.

Terra, sol, vales, bela e doce natureza,
Uma lágrima vos devo à beira do meu túmulo.

O ar perfumado está! tão pura é a luz!
Aos olhos dum moribundo é mais belo o sol!

Agora desejava, até ao fundo esvaziar,
misturado de néctar e de fel, este cálice:
Ao fundo desta taça, uma gota de mel!

Quem sabe o futuro reservasse ainda
Uma vez mais a felicidade da qual se perde a esperança!
Quiçá, na multidão, uma alma que não conheço
Minh’alma teria compreendido e uma resposta me daria !...

Cai a flor entregando ao zéfiro seus perfumes;
À vida, ao sol, apenas sobram adeuses;
Eu, morro, sim, e minh’alma, no instante em que expira,
Qual plangente e melodioso som se exala..