«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 31 de agosto de 2014

Perfume Exótico





Quando eu a dormitar, num íntimo abandono, 
Respiro o doce olor do teu colo abrasante, 
Vejo desenrolar paisagem deslumbrante 
Na auréola de luz d'um triste sol de outono; 

Um éden terreal, uma indolente ilha 
Com plantas tropicais e frutos saborosos; 
Onde há homens gentis, fortes e vigorosos, 
E mulher's cujo olhar honesto maravilha. 

Conduz-me o teu perfume às paragens mais belas; 
Vejo um porto ideal cheio de caravelas 
Vindas de percorrer países estrangeiros; 

E o perfume subtil do verde tamarindo, 
Que circula no ar e que eu vou exaurindo, 
Vem juntar-se em minh'alma à voz dos marinheiros. 

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal" 
Tradução de Delfim Guimarães 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

"Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma".


"É preciso que compreenda que não existe liberdade sem igualdade e que a realização da maior liberdade na mais perfeita igualdade de direito e de facto, política, económica e social ao mesmo tempo, é a justiça."


"A emancipação económica deve ser a mãe de todas as outras emancipações." 

Mikhail Aleksandrovitch Bakunin ( 30 de Maio de 1814 — Berna, 1 de Julho de 1876), teórico político russo, um dos principais expoentes do anarquismo em meados do século XIX.
Bakunin é lembrado como uma das maiores figuras da história do anarquismo e um oponente do Marxismo no seu carácter autoritário, especialmente das ideias de Marx de Ditadura do Proletariado. Ele continua a ser uma referência presente entre os anarquistas da contemporaneidade, entre estes, nomes como Noam Chomsky.

"Sou um amante fanático da liberdade, considerando-a como o único espaço onde podem crescer e desenvolver-se a inteligência, a dignidade e a felicidade dos homens; não esta liberdade formal, outorgada e regulamentada pelo Estado, mentira eterna que, em realidade, representa apenas o privilégio de alguns, apoiada na escravidão de todos; (...) só aceito uma única liberdade que possa ser realmente digna desse nome, a liberdade que consiste no pleno desenvolvimento de todas as potencialidades materiais, intelectuais e morais que se encontrem em estado latente em cada um (...)"

Agnès Varda



Agnès Varda (Bruxelas, 30 de maio de 1928) cineasta e fotógrafa belga, radicada em França. É também professora na European Graduate School.
As suas fotografias, filmes e instalações abordam questões referentes à realidade no documentário, ao feminismo e ao comentário social. Tais temas são tratados através das suas vivências.
Agnès Varda é uma voz importante, porém frequentemente esquecida, do cinema moderno francês. A sua carreira precede o início da Nouvelle vague e o seu filme La Pointe Courte apresenta diversos elementos específicos a este movimento que, inclusive, o tornaram relevante.
Foi casada com o também cineasta Jacques Demy.

RUBENS

Peter Paul Rubens (Siegen, 28 de Junho de 1577 — Antuérpia, 30 de Maio de 1640) pintor flamengo inserido no contexto do Barroco.
Além de manter um grande estúdio em Antuérpia que produziu muitas pinturas populares entre a nobreza e os coleccionadores por toda a Europa, Rubens foi humanista de educação clássica, um coleccionador e um diplomata, e foi elevado ao título de cavaleiro por Filipe IV da Espanha e Carlos I de Inglaterra.

Rubens foi um artista muito prolífico. As suas obras sob encomenda foram maioritariamente sobre assuntos religiosos, pinturas "históricas", que incluem assuntos mitológicos, e cenas de caçadas. Pintou muitos retratos, especialmente de amigos e auto-retratos, e, no final da sua vida, pintou diversas paisagens.







quinta-feira, 29 de maio de 2014

João Calvino



João Calvino (Noyon, 10 de Julho de 1509 — Genebra, 27 de Maio de 1564,) teólogo cristão francês. Calvino teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os africânderes),Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.
Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra, onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo Europeu e João Calvino permanece até hoje uma figura central da história da cidade e da Suíça .
Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha oito anos de idade. Lutero era dotado de uma retórica mais directa, por vezes grosseira, enquanto que Calvino tinha um estilo de pensamento mais refinado, de uma severidade clássica, que se identifica pela clareza do estilo.

JFK

John Fitzgerald Kennedy (Brookline, 29 de Maio de 1917 — Dallas, 22 de Novembro de 1963), 35° presidente dos Estados Unidos (1961–1963), é considerado uma das grandes personalidades do século XX. 


Eleito em 1960, Kennedy tornou-se o segundo mais jovem presidente do seu país, depois de Theodore Roosevelt. Foi presidente de 1961 até ao seu assassinato em 1963. Durante o seu governo houve a Invasão da Baía dos Porcos, a Crise dos mísseis de Cuba, a construção do Muro de Berlim, o início da Corrida espacial, a consolidação do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos e os primeiros eventos da Guerra do Vietname.
O presidente Kennedy morreu assassinado em Dallas, Texas. O ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald foi preso e acusado do assassinato, mas foi morto dois dias depois, por Jack Ruby e por isso não foi julgado. A Comissão Warren concluiu que Oswald agiu sozinho no assassinato. No entanto, o Comité da Câmara sobre Assassinatos descobriu em 1979, que talvez tenha havido uma conspiração em torno do acontecido. Este tópico foi debatido e há muitas teorias sobre o acontecimento.
Muitos viram em Kennedy um ícone das esperanças e aspirações americanas, e em algumas pesquisas no país ele ainda é valorizado como um dos melhores presidentes da história da nação.


«PLATERO E EU», poema/prosa de Juan Ramón Jiménez


EXCERTO

Platero é pequeno, peludo, suave; tão macio, que dir-se-ia todo de algodão, que não tem ossos. Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal negro. Deixo-o solto, e vai para o prado, e acaricia levemente com o focinho, mal as roçando, as florinhas róseas, azuis-celestes e amarelas... Chamo-o docemente: «Platero», e ele vem até mim com um trote curto e alegre que parece rir em não sei que guizalhar ideal...Come o que lhe dou. Gosta das tangerinas, das uvas moscatéis, todas de âmbar, dos figos roxos, com sua cristalina gotita de mel...E terno e mimoso como um menino, como uma menina...; mas forte e seco como de pedra. Quando nele passo, aos domingos, pelas últimas ruelas da aldeia, os camponeses, vestidos de lavado e vagarosos, param a olhá-lo:— Tem aço...Tem aço. Aço e prata de luar, ao mesmo tempo."

“A lua vem connosco, redonda, enorme, pura. Nos prados sonolentos vêem-se, vagamente, não sei que cabras negras, entre os silvados… Alguém se esconde, discreto, ao passarmos… Sobre o vale, uma imensa amendoeira, nívea de flor e de luar, confundida a copa com uma nuvem branca, cobiça o caminho asseteado de estrelas de Março… Um odor penetrante de laranjas… Humidade e silêncio… A azinhaga das Bruxas…
- Platero, que… frio!
Platero, não sei se com o seu medo ou com o meu, trota, entra no regato, pisa a lua e fá-la em pedaços. É como se um enxame de rosas de cristal enlaçasse, querendo retê-lo, o seu trote…E Platero trota, encosta a cima, a garupa encolhida como se alguém o perseguisse, sentindo já a tepidez suave da aldeia que se avizinha…” 

[COMO «O PRINCIPEZINHO» e «O VELHO E O MAR», ESTE LIVRO TAMBÉM É PARA MIM, UMA PEQUENA JÓIA DA LITERATURA] 



Juan Ramón Jiménez Mantecón (Moguer, 23 de Dezembro de 1881 — San Juan, 29 de Maio de 1958) poeta. Recebeu o Nobel de Literatura em 1956.

"Para mim, o importante na poesia é a qualidade da eternidade que um poema poderá deixar em quem o lê sem a ideia de tempo".

quarta-feira, 28 de maio de 2014

«Meu corpo é o templo da minha arte. Eu exponho-o como altar para a adoração da beleza»

Angela Isadora Duncan (São Francisco, 27 de Maio de 1877 – Nice, 14 de Setembro de 1927).
Considerada a pioneira da dança moderna, causou polémica ao ignorar todas as técnicas do ballet clássico. A sua dança foi inspirada pelas figuras das dançarinas nos vasos gregos.
A sua proposta de dança era algo completamente diferente do usual, com movimentos improvisados, inspirados, também, nos movimentos da natureza: vento, plantas, entre outros. Os cabelos meio soltos e os pés descalços também faziam parte da personalidade profissional da dançarina. A sua vestimenta era leve, eram túnicas, assim como as das figuras dos vasos gregos. O cenário simples, era composto apenas por uma cortina azul. Outro ponto forte na dança de Isadora é que ela utilizava músicas, como Chopin e Wagner e a expressividade pessoal e improvisação estavam sempre presentes no seu estilo.

Isadora tinha personalidade forte e não se curvava à tradições. Era contra o casamento e casou três vezes, sempre com a condição de uma separação.
Teve dois filhos de relacionamentos diferentes.
Em 1898 Isadora foi para Londres em busca de reconhecimento profissional. Lá consolidou a sua fama, fazendo a sua primeira apresentação em Paris no ano de 1902. Em 1908 escreve The Dance. Em 1913, um incidente tira a vida aos seus dois filhos e à sua governanta, que morreram afogados no rio Sena. Isadora passou alguns anos sem se apresentar. Em 1920 vai para Moscovo. Casa-se com o poeta soviético Serguei Iessienin, de quem se separa dois anos depois. Serguei suicida-se em 1925. Isadora vai para a França e passa os seus últimos anos, em Nice,
morreu num acidente de carro conversível, quando a sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a.
Lembro-me do filme: Isadora (1968), realizado por Karel Reisz, baseado num livro escrito por Sewell Stokes, sendo Isadora, interpretada por Vanessa Redgrave.



sábado, 24 de maio de 2014

Daniel Gabriel Fahrenheit (Danzig, 24 de Maio de 1686 — Haia, 16 de Setembro de 1736)

Físico e engenheiro e soprador de vidro alemão-polaco, é mais conhecido por ter inventado o termómetro de mercúrio (1714), e pelo desenvolvimento de uma escala de temperatura em sua homenagem.

UM APONTAMENTO DE HISTÓRIA!!



Vitória (Londres, 24 de Maio de 1819 – East Cowes, 22 de Janeiro de 1901), oriunda da Casa de Hanôver, foi rainha do Reino Unido de 1837 até a morte, sucedendo ao tio, o rei Guilherme IV. A incorporação da Índia ao Império Britânico em 1877 conferiu a Vitória o título de Imperatriz da Índia.
Vitória era filha do príncipe Eduardo, Duque de Kent e Strathearn, o quarto filho do rei Jorge III. Tanto o Duque de Kent como o rei morreram em 1820, fazendo com que Vitória fosse criada sob a supervisão da sua mãe alemã, a princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld.
Herdou o trono aos dezoito anos, depois de os três tios paternos terem morrido sem descendência legítima. O Reino Unido era já uma monarquia constitucional estabelecida, na qual o soberano tinha relativamente poucos poderes políticos directos. Em privado, Vitória tentou influenciar o governo e a nomeação de ministros. Em público tornou-se um ícone nacional e a figura que encarnava o modelo de valores rigorosos e moral pessoal.
Casou-se com o seu primo direito, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, em 1840. Os seus nove filhos e vinte e seis dos seus quarenta e dois netos casaram-se com outros membros da realeza e famílias nobres por todo o continente europeu, unindo-as entre si, o que lhe valeu a alcunha de "a avó da Europa".
Após a morte de Alberto em 1861, Vitória entrou num período de luto profundo durante o qual evitou aparecer em público. Como resultado do seu isolamento, o republicanismo ganhou força durante algum tempo, mas na segunda metade do seu reinado, a popularidade da rainha voltou a aumentar.
O seu reinado de 63 anos e 7 meses foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Foi um período de mudança industrial, cultural, política, científica e militar e ficou marcado pela expansão do Império Britânico.