«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 21 de maio de 2009

ABBADO DIRIGE UM EXCERTO DA QUINTA SINFONIA DE BEETHOVEN

CLAUDIO ABBADO

Claudio Abbado, nasceu em Milão em 1933, onde estudou piano no Conservatório com o pai, Michelangelo Abbado e foi estudar regência, com Hans Swarowsky, na Academia de Música de Viena.
Em 1958, venceu a Competição Koussevitsky e em 1963 recebeu o Prémio Mitropoulos, passando a ser um maestro mundialmente conhecido.
Abbado fez sua estreia no Teatro alla Scala de Milão em 1960, trabalhando como diretor musical de 1968 a 1986.
A sua estreia na Filarmónica de Viena ocorreu em 1965. Foi director musical da Ópera Estatal de Viena de 1986 a 1991.
Foi regente titular da Sinfónica de Londres no período de 1979 a 1987, e em 1989, sucedeu a Herbert von Karajan como regente titular e director artístico da Filarmónica de Berlim, cargo em que permaneceu até 2002.
Abbado já apresentou e gravou um número muito amplo de peças e são muito conhecidas as suas interpretações de obras modernas de compositores como Schoenberg, Stockhausen e Luigi Nono. Em 1988, fundou o festival de música Wien Modern. Também é muito conhecido por seu trabalho com músicos jovens, sendo o fundador e director artístico da Orquestra Mahler, fundada em 1986.
Claudio Abbado, um dos maiores maestros de nossa época, recebeu diversos prémios e outros títulos honoríficos, como o Prémio Imperial do Japão, a Medalha Mahler, o Bundesverdienstkreuz, o Prémio Khytera, além do título de «Doutor honoris causa», das universidades de Ferrara, Cambridge, Aberdeen e Havana.

ROQUE GAMEIRO (1864-1935)





PARTIDA DE VASCO DA GAMA PARA A ÍNDIA
CHEGADA DE VASCO DA GAMA A CALCUTE

Alfredo Roque Gameiro estudou na Academia Nacional das Belas Artes e frequentou também a Escola de Artes e Ofícios de Leipzig, como bolsista do governo português, onde estudou litografia. De regresso a Portugal, dirigiu a Companhia Nacional Editora e depois foi nomeado como professor da Escola Industrial do Príncipe Real.
Obteve vários prémios: Medalha de Honra de Mérito Municipal (Lisboa), 3ª medalha na 1ª Exposição do grémio Artístico, 1ª medalha em aguarela e em desenho no Grémio Artístico (1897-1898), medalha de honra na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1910), medalha de ouro do Salon de Paris (1900), Grand Prix, na Exposição Internacional do Rio de Janeiro (1908),
medalha de honra de 1ª classe na Exposição Internacional Comemorativa da Independência do Brasil e foi eleito membro da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando, de Madrid (1923).

JOÃO BÉNARD DA COSTA (1935-2009)


Deixou-nos Bénard da Costa, um «CATEDRÁTICO» do cinema.
João Pedro Bénard da Costa, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, pela Faculdade de Letras de Lisboa, com a dissertação: Do Tema do «Outro» no Personalismo de Emmanuel Mounier. Convidado para ser Assistente naquela faculdade, a PIDE impediu-lhe uma carreira universitária. Veio a leccionar disciplinas de História e Filosofia, no Seminário Menor de Almada, no Externato Frei Luís de Sousa , no Liceu Luís de Camões e no Colégio Moderno.
Bénard foi: Presidente-Geral da Juventude Universitária Católica, dirigente cineclubista, um dos fundadores e directores, da revista O Tempo e o Modo, investigador do Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Calouste Gulbenkian, Secretário Executivo da Comissão Portuguesa da Associação Internacional para a Liberdade da Cultura e responsável pelo Sector de Cinema do Serviço de Belas-Artes, da Fundação Gulbenkian.
Voltou ao ensino em 1973, como Professor de História do Cinema, na Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, onde se manteve até 1980. Foi nomeado subdirector da Cinemateca Portuguesa em 1980 e director de 1991 a 2009. Foi também presidente da Comissão de Programação da Federação Internacional de Arquivos de Filmes. Em 2000 foi responsável pelo capítulo, cinema português, da Enciclopédia Einaudi, que foi incluído na História do Cinema Mundial, coordenada por Gian-Piero Brunetta e colaborou ainda com ensaios sobre o cinema português, em obras colectivas sobre a arte do século XX, editadas pelo Centro Nacional de Cultura. Em 1997, foi também nomeado pelo Presidente da República (Jorge Sampaio), Presidente da Comissão do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, cargo em que foi reconduzido.
Para além de colaboração dispersa por vários jornais e revistas, publicou várias obras de filosofia, pedagogia e história do cinema. Entre estes últimos avultam as suas monografias sobre Alfred Hitchcock, Luis Buñuel, Fritz Lang, John Ford, Josef Von Sternberg, Nicholas Ray e Howard Hawks. São também de referir os livros: O Musical, Os Filmes da Minha Vida, Histórias do Cinema Português, Muito Lá de Casa e O Cinema Português Nunca Existiu.
Como actor secundário, participou em várias longas-metragens, realizadas por Manoel de Oliveira e João César Monteiro, sob o pseudónimo de Duarte de Almeida.
Foram-lhe dadas as comendas de Officier des Arts et des Lettres de França e da Ordem do Infante D. Henrique. A Universidade de Coimbra concedeu-lhe o Prémio de Estudos Fílmicos e também lhe foi concedido o Prémio Pessoa. Pelo trabalho à frente da Cinemateca, Bénard da Costa foi condecorado em Setembro de 2008, pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, com a medalha de mérito cultural.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O CASO DA PROFESSORA DE ESPINHO

Ontem foi o caso do dia na televisão, hoje saltou para as páginas dos jornais.
Uma professora de História de uma escola de Espinho, é acusada de expor a sua vida íntima e de falar de sexualidade nas suas aulas. Duas alunas fizeram uma gravação de uma das suas aulas e segundo o Código Penal, o que fizeram corresponde a uma pena de um ano de prisão, no entanto sem gravação nunca se teria sabido nada, mas claro as leis são para cumprir, POR TODOS (as fugas de informação também são uma variante). Sobre a professora, as opiniões dividem-se entre os seus alunos, há uma parte que a considera excepcional, no entanto e muito bem foi suspensa.
Considero, por aquilo que pude ouvir na gravação, que a professora pode ser muito boa, mas que está a passar por momentos muito maus.
Fala de virgindades, beijos na boca, calças molhadas...descrições rudes das orgias romanas...a aula não era de sexualidade e mesmo se fosse, pedagogicamente abordar assim as questões, está absolutamente errado.
Outro aspecto chocante são as ameaças que faz aos miúdos, assim como diminuir os pais, à custa de «gabarolices». FRANCAMENTE SRª DRª JOSEFINA ROCHA, VÁ AO PSIQUIATRA!

PESCATORI DI PERLES de BIZET - Ária: MI PAR D'UDIR ANCORA

REI D. CARLOS I (1863-1908) «O DIPLOMATA» e «O MARTIRIZADO»







D. Carlos, era filho do rei D. Luís I e da princesa Maria Pia de Sabóia. Nasceu para ser rei, e recebeu desde muito cedo uma cuidada educação. Ainda jovem visitou várias cortes europeias. Numa dessas deslocações conheceu a princesa francesa Amélia de Orleães, filha primogénita do Conde de Paris, com quem veio a casar (1886).
D. Carlos subiu ao trono em 1889, por morte do seu pai. Foi um homem considerado pelos contemporâneos como bastante inteligente, mas dado a extravagâncias. O seu reinado foi caracterizado por constantes crises políticas e consequente insatisfação popular. Logo no início do seu governo, o Reino Unido apresentou a Portugal o Ultimato britânico de 1890, que intimava a Portugal, movido pela seu desejo expansionista, materializado no Mapa cor-de-rosa, a desocupar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique, num curto espaço de tempo, caso contrário seria declarada a guerra. A propaganda republicana aproveitou o momento de grande emoção nacional, para responsabilizar a coroa, pelos desaires no ultramar. Estalou então a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, que apesar de sufocada, mostrou que as ideias republicanas avançavam com alguma intensidade.
Apesar da grave crise que D. Carlos enfrentou no início do seu reinado face à Inglaterra, então a maior potência mundial, o Rei soube inverter a situação e graças ao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia. Durante todo o reinado de D. Carlos, o país encontrou-se a braços com crises políticas e económicas. Face à instabilidade geral, motivada pelo chamado rotativismo (rotação alternada dos dois principais partidos políticos, o Progressista e o Regenerador), D. Carlos nomeou o regenerador liberal João Franco, como primeiro-ministro. Este, afrontado pelos constantes ataques provenientes da Câmara dos Deputados, solicitou ao Rei que dissolvesse o parlamento, adiando por algum tempo as novas eleições, ao que D. Carlos acedeu. A oposição lançou então uma forte campanha antigoverno, envolvendo também o próprio rei, alegando que se estava em ditadura. Este regime ditatorial foi o início do movimento republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país.
Como era habitual no início de cada ano, D. Carlos partiu com toda a família para Vila Viçosa, para o seu palácio preferido. Entretanto, a situação política agravava-se em Lisboa, com a oposição ao franquismo, estalando uma revolta, abortada em 28 de Janeiro. João Franco preparou um decreto, prevendo o degredo sumário para as colónias asiáticas dos revoltosos republicanos. O rei assinou o decreto ainda em Vila Viçosa.
Em Fevereiro de 1908, a família real regressou a Lisboa. Esperavam-nos o governo e vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. A carruagem com a família real atravessou o Terreiro do Paço, onde foi atingida por disparos vindos da multidão. D. Carlos I morreu imediatamente e o herdeiro D. Luís Filipe foi ferido mortalmente.

D. Carlos foi um amante da fotografia e um pintor de talento, com preferências por aguarelas, que assinava simplesmente como "Carlos Fernando". Recebeu prémios em vários certames internacionais e realizou ensaios notáveis na área de cerâmica. Gostava também da ornitologia e da oceanografia. A ele se deve a construção do Aquário Vasco da Gama.

KARAJAN - GUILHERME TELL - ROSSINI

HERBERT von KARAJAN (1908-1989)


Heribert Ritter von Karajan, mais conhecido por Herbert von Karajan, foi um dos maestros de maior destaque do período pós-guerra. Passou 35 anos da sua vida à frente da Orquestra Filarmónica de Berlim. O seu estilo na regência foi marcado pelo perfeccionismo, intensidade, introversão e exibicionismo.
Karajan nasceu em Salzburgo, na Áustria, em 1908, com o nome Heribert Ritter von Karajan. Oriundo de uma família da alta burguesia, era um prodígio no piano, que começou a aprender com 4 anos. Estudou no Mozarteum, onde foi encorajado a estudar regência, depois estudou na Escola Técnica de Viena e a seguir foi estudante da Escola de Música e Artes de Viena, onde se graduou em regência.
Em 1929, dirigiu no Festspielhaus, em Salzburgo, e de 1929 a 1934 foi o primeiro Kapellmeister no Stadttheater, em Ulm. Em 1933, Karajan fez sua estreia como maestro no Festival de Salzburgo. No ano seguinte, regeu pela primeira vez a Orquestra Filarmónica de Viena. De 1934 a 1941, Karajan conduziu sinfonias e óperas em Aachen.
Tornou-se nessa altura membro do Partido Nazista em Salzburgo. O partido foi proibido pelo governo austríaco, mas a validade da sua inscrição manteve-se até 1939. Posteriormente, judeus como Isaac Stern, Arthur Rubinstein e Itzhak Perlman recusaram-se a participar em concertos com Karajan. Foi só depois da sua morte, em 1989, que a Orquestra Filarmónica de Berlim tocou em Israel.
A sua carreira musical foi um sucesso, a nível nacional e internacional, apesar de alguns percalços, pela sua filiação partidária. Assinou contrato com a Deutsche Grammophon em 1938 e estão disponíveis no mercado gravações relevantes da sua marca excepcional.
Casou em 1938 com Elmy Holgerloef, cantora da Casa de Ópera de Aachen. O casal divorciou-se em 1942. Nesse mesmo ano, durante a Segunda Guerra Mundial, Karajan casou novamente, desta vez, com Anna Maria Sauest, filha dum conhecido magnata que, tendo um avô judeu, era considerado como tal. Divorciou-se em 1958 e casou-se pela terceira vez, com a modelo Eliette Mouret.
Em 1978, recebeu o grau honorário de doutor em música pela Universidade de Oxford. Em Paris, recebeu a "Médaille de Vermeil". Também recebeu a Medalha de Ouro da Sociedade Filarmónica Real em Londres, em 1983 com o lançamento de um selo especial, recebeu o Prémio Olympia da fundação Onassis em Atenas e o Prémio de Música Internacional da UNESCO.
Continuou a reger e a gravar principalmente com as Orquestras Filarmónicas de Viena e de Berlim até sua morte em Anif, localidade próxima a Salzburgo, em 1989.

LUÍS DE STTAU MONTEIRO (1926 - 1993)


Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, durante a sua juventude esteve em Inglaterra e contactou com movimentos de vanguarda da literatura, que o influenciaram. Depois licenciou-se em Direito, que exerceu por um curto período de tempo, dedicando-se depois ao jornalismo. Na sua obra narrativa retrata ironicamente certos estratos da burguesia e aspectos da sociedade.
Estreou-se, em 1960, com Um Homem não Chora, a que se seguiu, Angústia Para o Jantar, livro que o consagrou e uma obra que revela alguma influência de escritores ingleses da geração dos angry young men E Se For Rapariga Chama-se Custódia. Destacou-se, sobretudo, como dramaturgo, nomeadamente com, Felizmente há Luar! Peça que tem a influência do teatro de Brecht e que baseando-se em acontecimentos da anterior história portuguesa, procura fazer uma denúncia da situação sua contemporânea.
Lembro-me bem deste escritor, que era bastante pertinaz e polémico. Há uns quantos escritores de valor, que estão esquecidos, enquanto nos tops, estão nomes que se aproveitam do seu mediatismo, para vender! São modas, muito negativas para literatura portuguesa e também um atestado de grande ignorância! Paciência cada um é como é!?...

terça-feira, 19 de maio de 2009

A JUSTIÇA ESTÁ CEGA...

QUE A JUSTIÇA ESTÁ CEGA, NÃO É NENHUMA NOVIDADE, TODOS JÁ VIRAM COMO A JUSTIÇA FUNCIONA MAL EM PORTUGAL E VÁRIOS CASOS PODERIAM SER CITADOS.

ÚLTIMO CASO:
Uma criança de nome Alexandra, de cinco anos, foi retirada à mãe biológica russa, devido a maus tratos físicos e sexuais e foi entregue a uma família de acolhimento. Em 2007 a mãe biológica, teve ordem de expulsão, por estar em situação ilegal e a menina foi entregue à mãe, que esperava a expulsão. Entretanto por ter sido de novo abandonada e haver suspeitas de abuso sexual, a menina voltou à família de acolhimento. Este ano o tribunal deu razão à mãe, invocando os laços biológicos e voltou a entregar a menina à mãe, que vai para a Rússia.
A menina desde que nasceu foi maltratada pela mãe, que se prostituí e se alcooliza. A menina encontrou um lar de gente que gosta e se preocupa com ela. A menina, que nasceu em Portugal, vai para um país que não conhece. A menina só sabe falar português. A menina entrou em desespero por deixar a família de acolhimento. SERÁ QUE FOI FEITA JUSTIÇA?
EU NÃO COMPREENDO REALMENTE ESTA JUSTIÇA!?....

MÁRIO CLÁUDIO

Mário Cláudio (Porto, 6 de Novembro de 1941) é o pseudónimo do escritor, Rui Manuel Pinto Barbot Costa.
Licenciado em Direito. É autor de obras de ficção, poesia, teatro e ensaio. Ganhou o prémio APE de Romance e Novela em 1984 com a obra Amadeo. Foi galardoado com o Prémio Pessoa em 2004 e com o Prémio Vergílio Ferreira em 2008.

Tem uma obra vasta, mas eu só li dois dos seus livros, AMADEO, sobre Amadeo de Sousa Cardoso e GUILHERMINA, sobre Guilhermino Suggia.

MÁRIO VIEGAS - RIFÃO QUOTIDIANO DE MÁRIO-HENRIQUE LEIRIA (CONTOS DE GIN-TÓNICO)

MÁRIO-HENRIQUE LEIRIA (1923 - 1980)

Mário-Henrique Leiria, foi aluno da Escola Superior de Bela Artes, de onde foi expulso em 1942, por motivos políticos. Participou nas actividades do Grupo Surrealista de Lisboa. Depois de ser preso pela PIDE, instalou-se no Brasil, onde desenvolveu várias actividades, como a de encenador e de director literário. Voltou a Portugal em 1970. Publicou Contos do Gin-Tónico, Novos Contos do Gin, Imagem Devolvida, Conto de Natal para Crianças, Casos de Direito Galáctico,entre outros. Chefiou a redacção de O Coiso, suplemento semanal do diário, A República. Aderiu em 1976 ao PRP - Partido Revolucionário do Proletariado. Alguns textos seus, escritos em colaboração, foram recolhidos na Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito, organizada por Mário Cesariny.
Conheço, Contos do Gin-Tónico, uma série de pequenas histórias surrealistas. Por acaso, quando Mário Viegas, há uns anos dirigiu o Teatro Experimental do Porto, levou à cena um espectáculo, onde teatralizava estes contos e às tantas virou-se para mim e contou-me a história da nêspera.

VELOSO SALGADO (1864 - 1945)






José Maria Veloso Salgado, nasceu em Ourense (Espanha), mas naturalizou-se português. Foi um pintor retratista e histórico.
Veio para Lisboa em 1875 e tirou o curso na Academia de Belas-Artes. Mais tarde foi para Paris como bolseiro, tendo exposto pela primeira vez em 1889 no Salon.
A sua primeira obra a ser reconhecida foi “Amor e Psique” em 1891, a que se seguiu o “Retrato do Conselheiro Venceslau de Lima”.
Antes de regressar a Lisboa, passou por Florença, onde executou em 1892 o quadro “Jesus” que é uma das suas obras mais admiradas.
Prémios - Hábito da Ordem de Santiago, Medalha de ouro (Rio de Janeiro), Medalha de ouro (São Francisco), Medalha de honra (Sociedade Nacional das Belas Artes – Lisboa)
1ª Medalha do Grémio Artístico de Lisboa (1894), Medalha de ouro em Munique, Medalha de prata em Antuérpia, Medalha de 1.ª classe (exposição universal de Berlim)
Medalha de 1.ª classe (exposição universal de Paris), Académico de mérito da Academia Portuense de Belas Artes.
Os quadros deste pintor estão expostos em diversos locais como: Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, Palácio da Bolsa no Porto, Casa Museu Teixeira Lopes em Vila Nova de Gaia, Museu do Chiado em Lisboa, Museu de José Malhoa nas Caldas da Rainha.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

FERNANDO ASSIS PACHECO (1937 - 1995)


Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco, licenciado em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar. Seu pai era médico, filho de um roceiro de São Tomé e a mãe era de descendência galega. Enquanto jovem, foi actor de teatro e redactor da revista Vértice.
Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, não obstante se encontrar, na altura, em África, a cumprir o serviço militar. Cuidar dos Vivos é o título do livro de estreia - poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se em Câu Kiên: Um Resumo, ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que conheceria depois a sua versão definitiva: Katalabanza, Kiolo e Volta.
Memória do Contencioso reúne "folhetos" publicados entre 1972 e 1980, e Variações em Sousa, constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica, já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt comprova-o exuberantemente. Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega, aliás sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu livro, Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Em, A Musa Irregular, reuniu toda a sua produção poética.
Nunca conheceu outra profissão, que não fosse o jornalismo e trabalhou em vários jornais: Diário de Lisboa, República, JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto. Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária e colaborador da RTP.

Li o seu livro, TRABALHOS E PAIXÕES DE BENEDITO PRADA, romance que apreciei bastante, para além disso Assis Pacheco foi muito familiar para mim, na época lia frequentemente alguns dos jornais onde participou e a sua presença na televisão era muito regular. Há certas pessoas, em vectores profissionais diferentes, que entram dentro das nossas casas, via quadrado mágico e são como da família.

ALFREDO KEIL - SERMENTS d'AMOUR

ALFREDO KEIL (Lisboa 1850 - Hamburgo 1907)





Alfredo Keil era filho de pais de origem alemã, radicados em Portugal, a sua educação básica deu-se na Alemanha, berço do romantismo. Estudou desenho e música em Nuremberga. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressou a Portugal. Em 1890, o ultimato inglês a Portugal, ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça. A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde o hino nacional de Portugal - A Portuguesa.
A sua pintura seguiu o movimento do Romantismo, numa época em que a arte mundial ia em direcção ao realismo. Músico e compositor lírico, escritor e poeta, Keil não era um pintor em tempo integral, embora também não fosse um artista de fim-de-semana, pois pintava regularmente e deixou centenas de quadros, de excelente qualidade.
Era um pintor de paisagens, mas também de interiores requintados, como o quadro, Leitura de uma Carta, de agrado da aristocracia ainda dominante e da burguesia endinheirada, a quem a arte singela do romantismo sensibilizava muito. O seu trabalho encontrou e conquistou um apreciável segmento do mercado. Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração no seu país, após o reconhecimento que lhe fora dado por outros países.
Em 1878, esteve na Exposição Internacional de Paris e em 1879 no Brasil, expondo no Salão Nacional de Bellas-Artes, onde conquistou uma medalha de ouro. e Em 1886, participou na Exposição de Madrid, recebendo a Condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.
Em Portugal, a sua presença como pintor foi ofuscada pelo brilhantismo com que se destacou na música e na poesia. Foi na música, sobretudo, que ele obteve o seu maior sucesso. A sua composição mais conhecida, foi a Marcha Fúnebre. Dentro dos livros, que escreveu, destaca-se Tojos e Rosmaninhos (poesias).
Como compositor, ganhou destaque com as suas óperas: D. Branca, Irene e a Serrana, hoje completamente esquecidas.

domingo, 17 de maio de 2009

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO - ALGUNS POEMAS


QUASE
Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém.....
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Sete canções de declínio
Meu alvoroço de oiro e lua
Tinha por fim que transbordar...
- Caiu-me a Alma ao meio da rua,
E não a posso ir apanhar!

CARANGUEJOLA
Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto
fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!
FIM
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
OUTRO
O dúbio mascarado o mentiroso
Afinal, que passou na vida incógnito
O Rei-lua postiço, o falso atónito;
Bem no fundo o covarde rigoroso.
Em vez de Pajem bobo presunçoso.
Sua Ama de neve asco de um vómito.
Seu ânimo cantado como indómito
Um lacaio invertido e pressuroso.
O sem nervos nem ânsia – o papa– açorda,
(Seu coração talvez movido a corda...)
Apesar de seus berros ao Ideal
O corrido, o raimoso, o desleal
O balofo arrotando Império astral
O mago sem condão, o Esfinge Gorda.

MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO (Lisboa 1890 - Paris 1916)

Mário de Sá-Carneiro, nasceu no seio de uma família da alta-burguesia, perdeu a mãe aos dois anos e foi viver com os avós. Foi precoce, aos 12 anos começou a escrever poesia e com 15/16 anos, traduziu Victor Hugo, Goethe e Schiller. Após o liceu foi para Coimbra, para estudar Direito, aí chegam os problemas, não chegou a concluir o 1º. Ano. Decidiu então ir para Paris, frequentar Sorbonne, mas acabou por deixar as aulas e dedicar-se a uma vida boémia. A família, embora com posses, não lhe dava o dinheiro suficiente, para as suas extravagâncias. Teve uma ligação com uma prostituta, que em vez de o ajudar, mais acentuou as suas frustrações e desesperos. Socialmente inadaptado e psicologicamente instável, foi nesta situação que compôs toda a sua obra, entre 1912 a 1916, quando decidiu suicidar-se com cinco frascos de arseniato de estricnina, no hotel onde vivia.
Mário de Sá Carneiro tinha conhecido, antes de ir para Paris, Fernando Pessoa, que o introduziu no círculo dos modernistas. De 1913 a 1914 veio a Lisboa frequentemente e com Pessoa e Almada Negreiros integrou o primeiro grupo de modernistas (grupo influenciado pelas vanguardas culturais europeias, que pretendia escandalizar o meio literário da época). Editaram a revista Orpheu e ficaram conhecidos pela, Geração de Orfeu. Desta revista só saíram dois números a público, ficando um terceiro por publicar. Na altura os criadores da revista sofreram a chacota social, muito mais tarde, a revista é considerada um marco da história da literatura, responsável pela agitação do meio cultural e pela introdução do modernismo.
Depois da sua morte, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, que apelidou de «génio não só da arte como da inovação dela» e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides, de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam».
Mário de Sá-Carneiro em vida só teve o reconhecimento de uma elite, nem toda a sua obra foi publicada, mas passados uns anos foi considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna em língua portuguesa.
As suas influências literárias foram várias: Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Fiódor Dostoievski, Cesário Verde e António Nobre. Este escritor influenciou vários escritores, como Eugénio de Andrade.
OBRA:
Na fase inicial da sua obra, Mário de Sá-Carneiro revelou influências de várias correntes literárias, como o decadentismo, o simbolismo ou o saudosismo, então em franco declínio, posteriormente, por influência de Pessoa, viria a aderir a correntes de vanguarda, como o interseccionismo e o futurismo.
Nessas pôde exprimir a sua personalidade, sendo notórios a confusão dos sentidos, o delírio, quase a raiar a alucinação, ao mesmo tempo que revelava um certo narcisismo e egolatria, ao procurar exprimir o seu inconsciente e a dispersão que sentia no seu «eu». A crise de personalidade levá-lo-ia, mais tarde, a abraçar uma poesia onde se nota o frenesim de experiências sensórias, pervertendo e subvertendo a ordem lógica das coisas, demonstrando a sua incapacidade de viver aquilo que sonhava – sonhando por isso cada vez mais com a aniquilação do eu, o que acabaria por o conduzir, em última análise, ao seu suicídio.
Embora não se afaste da métrica tradicional (redondilhas, decassílabos, alexandrinos), torna-se singular a sua escrita pelos seus ataques à gramática, e pelos jogos de palavras. Se numa primeira fase se nota ainda esse estilo clássico, numa segunda, claramente niilista, a sua poesia fica impregnada de uma humanidade autêntica, triste e trágica.
As cartas que trocou com Pessoa, são como que um autêntico diário onde se nota o crescimento das suas frustrações interiores.
Obras - Amizade (1912) - Mário de Sá-Carneiro divide a autoria desta obra com Tomás Cabreira Júnior (que também se suicidou e destruiu toda a sua obra), seu colega do Liceu Camões em Lisboa. Princípio (1912) (conjunto de novelas). A Confissão de Lúcio (romance, cuja temática gira em torno do fantástico e é um óptimo espelho da época de vanguarda que foi o modernismo português. Dispersão (1914) (a sua primeira obra de poesia). Céu em Fogo (1915) [12 novelas]
Obras Póstumas - Indícios de Oiro (1937) [conjunto de trabalhos muito significativos no conjunto da sua obra]. Correspondência.

ANTÓNIO TEIXEIRA LOPES (V.N.Gaia 1866 - Alijó 1942)

Estive há dias, com umas amigas, na Casa-Museu Teixeira Lopes, para ver uma exposição retrospectiva do Mestre António Joaquim e ao mesmo tempo para voltar a ver a casa e o atelier, que sempre me encantam. Ali respira-se arte!..
ESCULTOR TEIXEIRA LOPES


MUSEU MILITAR EM LISBOA

A FLORA NO JARDIM DA CORDOARIA NO PORTO

UMA ESTÁTUA ADMIRÁVEL DE EÇA DE QUEIROZ-LISBOA

MAQUETAS DE TRABALHOS (MUITAS EXISTEM NA CASA-MUSEU)

António Teixeira Lopes, era filho do escultor José Joaquim Teixeira Lopes e irmão do arquitecto José Teixeira Lopes, seu colaborador em muitos trabalhos.
Os seus primeiros anos decorreram na oficina do seu pai, que o fizeram um notável artista. Em 1882 ingressou na Academia de Belas Artes, onde teve como professores Soares dos Reis e o pintor Marques de Oliveira.
No terceiro ano do seu curso foi para Paris, para completar os seus estudos. Ingressou na École des Beaux-Arts, onde obteve vários prémios e menções honrosas. Nos anos seguintes continuou a apresentar os seus trabalhos em exposições, tanto em Portugal como na França.
Em 1895, com projecto do seu irmão, construiu a sua casa em Gaia, onde hoje se encontra a Casa-Museu e onde se preserva uma parte significativa da sua obra. António Teixeira Lopes é o autor das imponentes portas de bronze da Igreja da Candelária, na cidade do Rio de Janeiro.
Foi professor da Escola de Belas Artes do Porto, onde regeu, durante muitos anos, a cadeira de escultura.
[Como apontamento interessante, Teixeira Lopes esteve um dia casado, porque a sua mulher não era virgem e antecipadamente não lhe disse. Nunca mais casou.]

sábado, 16 de maio de 2009

UM SEGREDO MUITO NOSSO



Com um tempo muito desagradável, a perspectiva pode ser ir ao cinema, mas o cartaz cinematográfico tem pouco ou nada de aliciante! Escolhi: UM SEGREDO MUITO NOSSO, não me arrependi, mas desorientou-me que baste. Há muitas realidades comuns entre as pessoas, segredos que não se divulgam, uma espécie de vida dupla, «como somos dentro, como somos fora»!?...

ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA (Covilhã 1927-Lisboa 2008)


Licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa, António Alçada Baptista dedicou-se mais à escrita do que à advocacia. Entre 1957 e 1972 foi director da Moraes Editora, e um dos fundadores da revista O Tempo e o Modo. Após o 25 de Abril, dirigiu o jornal O Dia e foi presidente do Instituto Português do Livro.
A sua dedicação à cultura da língua portuguesa valeu-lhe uma indigitação para adido cultural de Portugal no Brasil. Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a Grã-Cruz da Ordem do Infante.
A escrita de Alçada Baptista caracteriza-se por narrativas imaginárias e memórias pessoais, mostrando as preocupações interiores do ser humano. O afecto e a mulher são elementos principais nas suas obras, que se repartem por ensaios, crónicas, romances e ficção.
OBRAS:Documentos Políticos (crónicas e ensaios), Peregrinação Interior I - Reflexões sobre Deus, O Tempo das Palavras, Conversas com Marcello Caetano, Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança, Os Nós e os Laços (romance), Catarina ou a Sabor a Maçã, Tia Suzana, Meu Amor (romance), O Riso de Deus (romance), A Pesca À Linha, Algumas Memórias, A Cor dos Dias.

JOÃO CUTILEIRO


POLÉMICO O «D.SEBASTIÃO» EM LAGOS


MUITO POLÉMICO O MONUMENTO AO 25 DE ABRIL EM LISBOA


João Pires Cutileiro nasceu em Lisboa em 1937. Filho de mãe alentejana, que casou com José Cutileiro, um médico da Organização Mundial da Saúde em serviço no Alentejo. O escultor viveu os seus primeiros anos em Évora.
Em Lisboa a casa onde vivia, foi frequentada pela chamada intelligentsia, um grupo de personalidades da época. António Pedro, um deles, trouxe-o para desenhar no seu atelier, em 1946. Durante os dois anos que aí trabalhou, foi fortemente influenciado pelo Surrealismo.
Depois, frequentou o estúdio de Jorge Barradas, onde executou trabalhos de modelismo e de pintura, para além de vidrados de cerâmica. Descontente, mudou-se para o atelier de António Duarte, onde foi assistente de canteiro, durante dois anos. Lá deu-se o seu contacto com a pedra, pois tinha como trabalho ampliar os modelos do mestre canteiro, passá-los a gesso e depois a mármore.Com apenas catorze anos, no ano de 1951, Cutileiro apresentou a sua primeira exposição individual em Reguengos de Monsaraz, mostrando esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas. Completou o liceu e foi nesse período que a sua ideologia política, foi revelada, ingressando no MUD Juvenil.
A caminho de Cabul, para visitar o seu pai que lá ficaria um ano, passou por Florença, onde se encantou pela obra de Miguel Ângelo e confirmou a certeza da fixação na escultura, que existia desde os seus seis anos. No regresso, inscreveu-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Só passou dois anos na referida Escola, desmotivado por ter percebido que em Portugal o único material considerado prestável era o bronze e as pesquisas noutros materiais eram travadas. Saiu do país e foi para a Slade School of Art, em Londres. Nesse curso desenvolveu as suas capacidades e no final recebeu três prémios: Composição, figura e cabeça.
Ao começar a utilizar máquinas eléctricas para executar o trabalho, dedicou-se ao mármore e surgiram as figuras, as paisagens as caixas e as árvores. Nos dez anos seguintes a 1961, fez cinco exposições em Lisboa e uma no Porto.
Em 1970 instalou-se em Lagos e foi lá que executou a sua obra mais polémica, D.Sebastião, erigida nessa mesma cidade. Essa obra confrontou o academismo do Estado Novo e recebeu fortes críticas. Cutileiro disse ironicamente, que desistia da escultura, passando a ser apenas «um fazedor de objectos destinados à burguesia intelectual», espantando os escultores por essa função de escultor, criador de peças decorativas. Esta frase pretende também menosprezar as críticas de quem o considerava escultor menor.
Conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil no ano de 1971 e cinco anos mais tarde as suas esculturas e mosaicos foram expostos em Wuppertal na Alemanha, seguindo-se exposições em Évora. Em 1980, a sua obra voltou à Alemanha, a Dortmund. Nesse mesmo ano, expôs em Washington D.C. e na Sociedade Nacional de Belas Artes. No ano seguinte participou no Simpósio da Escultura em Pedra, na cidade de Évora e numa exposição na Jones Gallery em Nova Iorque.
A sua costela alentejana impulsionou-o a mudar-se para Évora em 1985, onde tem exposta, na sua casa, uma grande parte das suas obras.
As Meninas de Cutileiro, ironicamente assim chamadas, são provavelmente o tema mais famoso de Cutileiro e valeram-lhe glória e dinheiro, mas também desprezo de alguns.
No ano de 88, Cutileiro realizou exposições em Almansil, Macau e Lisboa e no ano seguinte fez novas exposições em Almansil e em Lisboa. Em 1990 elaborou uma exposição retrospectiva, na Fundação Calouste Gulbenkian. Nos anos seguintes, o mestre realizou mais exposições em Bruxelas, Luxemburgo, Évora, Guimarães, Lagos, Almansil e Lisboa.

FÓRUM DA MAIA - DIXIE BOYS



SEXTETO CONSTITUÍDO POR INSTRUMENTOS CARACTERÍSTICOS DO GÉNERO MUSICAL DE JAZZ DIXIELAND, DE NEW ORLEANS - AMAZING!?....

sexta-feira, 15 de maio de 2009

UPP-HC-DIAS DE PARAÍSO-TERRENCE MALICK

REALIZAÇÃO: TERRENCE MALICK
FOTOGRAFIA: NESTOR ALMENDROS
INTERPRETAÇÃO: RICHARD GERE, SAM SHEPARD
O filme é passado no campo, numa região paradísiaca onde o fotógrafo Almendros, tem um ambiente excelente, para explorar. A fotografia é algo que sobressai neste filme – BELISSIMO.
O argumento baseia-se num trabalhador miserável (Richard Gere), que anda em busca de trabalho de sítio em sítio, juntamente com uma irmã mais nova. Vão parar a uma grande fazenda, onde conhecem uma rapariga por quem ele se apaixona. Essa mesma rapariga cativa o dono da fazenda (Sam Shepard) e como o mesmo tem uma doença, que lhe dá pouco tempo de vida, os dois decidem que ela case com ele, porque depois da morte do dono da fazenda, ficam ricos. O dono da fazenda é convencido que são todos irmãos e todos ficam lá a viver. Um dia vê os dois a beijarem-se e descobre que foi enganado, vai matar o rapaz e acaba por ser morto, pelo mesmo. Os três fogem, mas são perseguidos pela polícia que acaba por matar o rapaz. A rapariga leva a miúda para um internato e mete-se num comboio, optando novamente por uma vida à deriva. A miúda foge do internato com outra e seguem as duas também à deriva.

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TERRENCE MALICK
Terrence "Terry" Malick, nasceu em Waco, (Estados Unidos) em 1943. Estudou filosofia nas Universidades de Harvard e Oxford. Deu aulas, foi freelancer no Newsweek, The New Yorker e na revista Life. Relativamente ao cinema escreveu guiõs, foi director e produtor de filmes. Realizou apenas cinco filmes na sua carreira, tendo ficado conhecido pelo hiato que existe entre cada um deles.
Filmografia: Lanton Mills [Documentário] (1969); Badlands [NOIVOS SANGRENTOS] (1973), Days of Heaven [DIAS DE PARAÍSO] (1978), The Thin Red Line [BARREIRA INVÍSIVEL] (1998) e The New World [A ÁRVORE DA VIDA](2005)
Prémios: Ganhou o Prémio de Melhor Realizador, no Festival de Cannes, por Days of Heaven (1978). Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por The Thin Red Line (1998).

AL BERTO - 2 POEMAS

E ao anoitecer
e ao anoitecer adquires nome de ilha
ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio e a difícil arte da melancolia

OS BARCOS SÃO a imagem
que resta para fugirmos
só as palavras nos embriagam
são labareda que devora os barcos e a memória
onde nos movíamos
esquecemos o que nos ensinaram
e se por acaso abríssemos os olhos
um para o outro
encontraríamos outra imobilidade outro abismo
outro corpo hirto
latejando na imperceptível ferida nocturna
pernoito na precária vida do fogo
este rumor de mãos ao de leve pelo corpo
adormecido na superfície do espelho
assalta-me o desejo incerto de te acordar
e o medo de querer de novo tudo reinventar.

AL BERTO (1948-1997)

Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares. Nasceu em Coimbra em 1948 e morreu em Lisboa em 1997, devido a um linfoma. Foi poeta, pintor, editor e animador cultural.
Nascido no seio de uma família da alta burguesia (origem inglesa por parte da avó paterna), com um ano foi para o Alentejo e foi em Sines, que passou toda a infância e adolescência, até a família decidir enviá-lo, para o estabelecimento de ensino artístico, Escola António Arroio, em Lisboa.
Em 1967, foi estudar pintura para a Bélgica, na École Nationale Supérieure d’Architecture et des Arts Visuels (La Cambre).
Após concluir o curso, decidiu abandonar a pintura e dedicar-se exclusivamente à escrita. Regressou a Portugal em 1974 e escreveu o primeiro livro inteiramente em língua portuguesa, À Procura do Vento num Jardim d'Agosto.
O Medo, uma antologia do seu trabalho de 1974 a 1986, é editado pela primeira vez em 1987. Este veio a tornar-se no trabalho mais importante da sua obra e o seu definitivo testemunho artístico, sendo adicionados em posteriores edições, novos escritos do autor, mesmo após a sua morte. Deixou ainda textos incompletos para uma ópera, para um livro de fotografia sobre Portugal e uma «falsa autobiografia», como o próprio autor a intitulava.
Escreveu essencialmente poesia, mas também prosa e teatro. Em 1988 recebeu o
Prémio Pen Club de Poesia pela obra O Medo.

SEBASTIÃO SALGADO





Sebastião Ribeiro Salgado é um fotógrafo brasileiro reconhecido mundialmente pelo seu estilo único de fotografar. Nasceu em Minas Gerais em 1944 e é um dos mais respeitados fotojornalistas da actualidade. Nomeado como representante especial do UNICEF em 2001, dedicou-se a fazer cronicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de dez livros e realização de várias exposições, tendo recebido vários prémios e homenagens na Europa e no continente americano. "Espero que a pessoa que entrem nas minhas exposições não seja a mesma ao sair" diz Sebastião Salgado. Formado em economia pela Universidade de São Paulo, trabalhou na Organização Internacional do Café e trocou a economia pela fotografia, após viajar para a África, levando emprestada a câmara fotográfica de sua mulher, Lélia Wanick Salgado.
Entre as temáticas que trabalhou, podemos destacar: Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, O Homem em Pânico, resultado de uma longa colaboração de quinze meses com a ONG Médicos sem Fronteiras, cobrindo a seca no Norte da África; Trabalhadores, sobre o trabalho manual em todo o mundo; Êxodos e Retratos de Crianças, sobre o fenómeno global de desalojamento em massa de pessoas. Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reacções das pessoas são semelhantes. As pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar a sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…" Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objecto de trabalho e a sua determinação em mostrar o significado mais amplo, do que está acontecendo com essas pessoas, criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade, ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade através da guerra, pobreza e outras injustiças.
Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem colaborado generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Amnistia Internacional. Com a sua mulher, apoia actualmente um projecto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais. Em 2000, com o apoio das Nações Unidas e da UNICEF, Sebastião Salgado montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90 retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra, Retratos de Crianças do Êxodo. Essas impressionantes fotografias prestam solene testemunho a 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência fixa. Em outras colaborações com o UNICEF, Sebastião Salgado doou os direitos de reprodução de várias fotografias, para o Movimento Global pela Criança e para ilustrar um livro da moçambicana Graça Machel, actualizando um relatório dela de 1996, como Representante Especial das Nações Unidas, sobre o Impacto dos Conflitos Armados sobre as Crianças. Sebastião Salgado foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os principais prémios de fotografia do mundo como, reconhecimento por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, "Imagens da Amazónia", que representa o fotógrafo e o seu trabalho.