«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

FILMES MARCANTES: PERSONA!


Persona filme de Ingmar Bergman , com Bibi Andersson e Liv Ullmann

A atriz Elizabeth Vogler ( Liv Ullmann) deixa de falar durante uma representação teatral de Electra. Seu mutismo em relação aos que a rodeiam é total, sendo então internada numa clínica. Não está doente, simplesmente optou pelo silêncio. Alma, (Bibi Andersson)uma jovem enfermeira, fica encarregada de tratar dela. A conselho do médico, as duas isolam-se numa ilha. 
O filme propõe uma reflexão sobre a constante necessidade de adequação aos diferentes papéis que uma pessoa deverá exercer ao longo da vida, "o irrealizável sonho de existir, não o de parecer, mas o de ser". Enquanto Elizabeth simplesmente desiste de tentar adequar-se a esses papéis, determina em Alma (Bibi Andersson) uma descoberta de trilhas semelhantes, frustrando suas falsas expectativas iniciais de construir um casamento e família tradicionais. É assim que ambas, Alma e Elizabeth, passam a manifestar diferentes facetas de uma só personagem, culminando na notória sequência onde se fundem os seus rostos. Tanto Elizabeth como Alma são afligidas por traumas relacionados com a maternidade - a primeira simplesmente renega o filho, enquanto a segunda não aceita bem um aborto ao qual fora obrigada. 



Sobre Persona Bergman disse:
"Hoje sinto que em Persona e mais tarde, em Lágrimas e Suspiros, fui muito longe, nestes dois casos trabalhei em total liberdade, toquei segredos sem palavras que só o cinema pode descobrir. " 
Persona é considerado uma das obras mais importantes do século XX por ensaístas e críticos como Susan Sontag , que se referiu a ele como obra-prima de Bergman. Outros críticos têm descrito o filme, como "uma das grandes obras do século XX a nível da arte".  

 Pensa que não entendo?  O inútil sonho de ser. Não parecer, mas ser. Estar alerta em todos os momentos. A luta: o que é com os outros e o que realmente é. Um sentimento de vertigem e a constante fome de finalmente ser exposta. Ser vista por dentro, cortada, até mesmo eliminada. Cada tom de voz, uma mentira. Cada gesto, falso. Cada sorriso, uma careta. Cometer suicídio? Nem pensar. Você não faz coisas desse gênero. Mas pode recusar-se a mover-se e ficar em silêncio. Então, pelo menos, não está mentindo. Você pode fechar-se, fechar-se para o mundo. Então não tem que interpretar papéis, fazer caras, gestos falsos… Acreditaria que sim, mas a realidade é diabólica (…).

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