MORREU ZÉLIA GATTAI

Não quero transformar o meu blogue numa secção de necrologia, mas às vezes é quando chega a morte, que fazemos uma retrospecção e analisamos o que essa pessoa significou e também o que nos deu. Com a morte de Zélia, pensei de imediato em JORGE AMADO, escritor da minha iniciação na leitura e de quem li alguns dos seus livros. Pretendo fundamentalmente fazer uma singela homenagem a ZÉLIA GATTAI e consequentemente a JORGE AMADO.

ZÉLIA GATAI (1916-2008), foi escritora e fotógrafa e dedicou quase toda a sua vida à militância política. Os seus pais pertenciam ao movimento político-operário anarquista e foi aí que conheceu Jorge Amado. Casaram em 1945 e viveram uma união de 56 anos.
Em 1946 Jorge Amado foi eleito para a Câmara Federal. Em 1948 o Partido Comunista foi considerado ilegal e o escritor e a família tiveram que se exilar.
Viveram em Paris, onde Zélia tirou os cursos de Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa, em Sorbonne. De Paris foram para a Checoslováquia, onde Zélia começou a fazer fotografia.
Aos 63 anos, dedicou-se à escrita e o seu primeiro livro de memórias foi um sucesso, ANARQUISTAS, GRAÇAS A DEUS. Escreveu depois outros livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance.
Zélia foi muito premiada e homenageada, no nosso país recebeu a Ordem Infante D. Henrique e foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando o lugar do seu marido, entretanto falecido.
Isto obviamente é simplesmente uma síntese da sua vida.

JORGE AMADO (1912- 2001), escreveu cerca de 49 livros, foi o escritor brasileiro mais traduzido, além disso muitas das suas obras foram adaptadas para o cinema, teatro e televisão. Recebeu também vários prémios e homenagens, inclusive o Prémio Camões. É inquestionavelmente um grande escritor, com obras como: JUBIABÁ, MAR MORTO, CAPITÃES DA AREIA, TERRAS DO SEM-FIM, OS SUBTERRÂNEOS DA LIBERDADE, GABRIELA, CRAVO E CANELA, DONA FLOR E OS SEUS DOIS MARIDOS, TERESA BATISTA CANSADA DA GUERRA, TIETA DO AGRESTE.....