«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 21 de junho de 2011

OS WESTERM

Na minha adolescência vi muito «westerm», as chamadas «coboiada» e dei os meus saltos na cadeira pelo impulso do som de uma bala, até que o género caiu por saturação. De quando em quando lá vem um, mas é uma forma de contar uma história noutro cenário.

O filme pode ser visto como uma tremenda parábola sobre a América, que vive já na paranóia do mccartysmo, com perseguições políticas e tomadas de posição, individuias e colectivas, altamente questionáveis moral e eticamente.

Lembro-me de ver um «westerm» muito bom, que já vi em «reprise» e que agora vai ser editado, O Comboio Apitou Três Vezes, de um «suspense» de cortar à faca! Este filme ganhou 4 Óscares e é muito mais que um «westerm»... agora é um dos grandes clássicos do cinema.

O filme começa com o xerife de uma pequena cidade, a abandonar o seu posto, devido a ter casado. O comboio do seu pior inimigo vai chegar. Kane, decidido a partir, devido à vacatura do seu cargo decide enfrentar o seu inimigo, retomando por mais um dia as suas funções. Sabe que ninguém o vai ajudar, a não ser um garoto. Enquanto isso, Miller, o seu inimigo, tem à sua espera três dos seus acólitos. Serão 4 contra 1, num cenário de uma cidade de ruas vazias.

O Comboio Apitou 3 Vezes, está nos antípodas do filme político aborrecido. Foi desconsiderado por alguns críticos, porque o seu realizador, Fred Zinnemann, nunca foi um autor, no sentido mais «Cahiers du Cinèma»…

O filme joga muito com o tempo, que cria o desejado «suspense», alimentado por uma obsessiva e permanente presença de relógios.

Inesquecível a interpretação de Cary Cooper, que aos 50 anos, além de ter obtido um Óscar, teve neste filme um momento alto da sua carreira.

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