No centenário do nascimento, de Akira Kurosawa (1910-1998), o Google faz-lhe uma homenagem, hoje 23.03, dia do seu nascimento. O director japonês, é daquelas instituições que, pela grandiosidade da sua obra, jamais deixará de estar presente na arte cinematográfica. E foi uma revolução, o ponto de partida, para que o Ocidente absorvesse o Japão e a cultura oriental, após a Segunda Guerra Mundial. Talvez nenhum artista, em qualquer meio de expressão, tenha mesclado de maneira tão harmoniosa e marcante os dois extremos do mundo. Ao mesmo tempo que era um criativo e deslumbrante contador de histórias, sabia como poucos dirigir cenas de combate e batalhas. Sem abdicar da acção, criava obras de sensibilidade e humanismo comoventes. Com Kenji Mizoguchi (1898-1958) e Yazujiro Ozu (1903-1963) formou o trio de grandes mestres do cinema clássico japonês.
O cineasta nasceu em Tóquio, de família descendente de samurais, os guerreiros que tomaram o poder durante o período feudal japonês, que acabou em 1898 com a criação do exército pelo imperador Meiji, e a aprovação de um código civil que acabava com a disputa de terras pela força. Kurosawa em criança, aprendeu Kendo, luta de espadas tradicional do país, e interessou-se pelas artes. Leu Tolstoi, Dostoievski e Shakespeare.O curioso é que, a sua vocação inicial era a pintura, desviada para o cinema devido a um anúncio de emprego que respondeu, e o fez terceiro-assistente de direcção. A sua primeiro longa-metragem como director, Sugata Sanshiro, é de 1943. Depois de uma breve fase realista, o cineasta chegou à etapa seguinte da sua trajectória, aquela que traria a consagração fora do Japão. Kurosawa revolucionou o género “jidai-geki” – filmes históricos de samurai –, inicialmente com Rashomon, obra que narra a história de um crime acontecido no século 12, utilizando quatro diferentes pontos de vista. Em 1950 venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e colocou o seu país na vanguarda mundial. Seja num legítimo “faroeste japonês” como Os Sete Samurais (1954) – cujo roteiro cabia tão bem no Velho Oeste norte-americano, ou em adaptações de Shakespeare, como por exemplo o espectacular Ran (1985), que adopta a história de Rei Lear, todo o seu cinema é brilhante. Em 1990, com um Leão de Ouro, uma Palma de Ouro e dois Oscar de filme estrangeiro no currículo, Kurosawa recebeu um Oscar honorário. Fez os seus derradeiros filmes aprofundando o clima intimista e a ponte com o Ocidente. O seu último trabalho foi Madadyo, de 1993. Morreu no dia 6 de Setembro de 1998. Hoje, o seu nome é incluído entre os dos dez maiores cineastas da história da arte cinematográfica.
2 comentários:
Grata pela informação -
Oi, eu adorei seu blog, logo encontrei post do |Akira, sabe vou morar no japão, já estou de partida e amo a cultura japonesa, então vou ficar aqui neste blog seguindo é tudo de bom, seu blog é lindo!
com carinho
Hana
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