DE TARDE
Naquele pique-nique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas
Em todo o caso dava uma aguarela.
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Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
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Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão-de-ló molhado em Malvasia.
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Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
Cesário Verde
1 comentário:
Adorei!
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Obrigada pela partilha*******
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