«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

HILDA HILST





















Através da consulta de outros blogues, vou conhecendo outras pessoas e simultâneamente circulam afectos e também conhecimentos. No blogue da Elaine, tenho encontrado muito boa poesia, de autores conhecidos e desconhecidos. No mesmo conheci a poesia de Hilda Hilst, de quem nunca tinha ouvido falar (todos os dias se aprende e nunca se poderá saber tudo) e fui pesquisar.


Hilda Hils, era filha de um fazendeiro-poeta, Apolónio de Almeida Prado, nasceu na cidade de Jaú, numa família rica do interior paulista. O seu pai morreu esquizofrénico com 35 anos, o que fez com que Hilda optasse por não ter filhos, uma vez que um médico lhe teria dito, que a doença atacava geração sim, geração não. Hilda Hilst licenciou-se em Direito. As pessoas que conviveram com a poeta descrevem-na como uma pessoa deslumbrante, generosa, dona de palavras ácidas, íntegra e culta. Na juventude, foi tida como uma das mulheres mais bonitas de sua geração. “Mistura da beleza de Ingrid Bergman e da sensualidade de Rita Hayworth”. Hilda foi musa de artistas, intelectuais e poetas, Vinicius de Moraes chegou a apaixonar-se por ela. Foi amiga de Lygia Fagundes Telles – “até o fim da vida”, afirma Lygia – e, com o seu comportamento avançado, sempre chocou a sociedade. Entre as muitas histórias que sua biografia revela, destaca-se o namoro com o actor norte-americano Dean Martin e a tentativa, frustrada, de seduzir Marlon Brando. “Em Hilda tudo era extremado”, lembra a professora Nelly Novaes Coelho, “A tudo que fazia, entregava-se de corpo inteiro. Não conseguia o meio-termo, virtude rara que, se por um lado deixou o mundo maior e mais belo do que quando nele chegou, por outro lhe causou contínuos dissabores e problemas. Hilda Hilst morreu em (2004), de falência múltipla dos órgãos, depois de uma queda em que fracturou o fémur. Hilda foi uma mulher com grandeza, de texto desconcertante, de uma beleza enigmática quando jovem, que desistiu de quase tudo a favor da literatura, da solidão, da sua dezena de cães, da sua bem-comportada loucura, etc.


Tem uma vasta obra de poesia, prosa e teatro. Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Os seus livros, Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Ed. Gallimard. Recebeu 7 grandes prémios literários.

Sem comentários: