«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 30 de agosto de 2008

LUIS BUÑUEL (1900-1983)


Nasceu em Espanha, mas nacionalizou-se mexicano. Foi um dos mais controversos realizadores, a sua obra foi aclamada pela crítica, mas provocou muito escândalo.
Filho de um abastado proprietário, ele era o mais velho de sete irmãos. Teve uma infância feliz em contacto com a Natureza e começou aí o seu fascínio pelo mundo extraordinário.
Estudou num colégio de jesuítas, mas perdeu a fé e foi expulso. Continuou os seus estudos em Madrid, onde frequentou os meios mais vanguardistas, conhecendo várias personalidades, como: F.G.Lorca e Dali. Frequentou vários cursos, acabando por se licenciar em História.
Em 1925 foi para Paris estudar cinema e trabalhar com alguns realizadores. Com Dali, decidiu realizar o filme «O Cão Andaluz», onde estão presentes os pressupostos surrealistas. O filme foi um sucesso e um escândalo. A cena do corte do olho com uma navalha é ontológica.
Bunuel e Dali juntam-se a Bréton, o chamado «Papa do Surrealismo». O novo projecto cinematográfico é o filme «L’Age d’Or», mas Dali apaixona-se loucamente por Gala Éluard e entre Gala e Bunuel surge de imediato uma grande incompatibilidade, que motiva a separação dos amigos. Bunuel realiza o filme, um filme fortemente anti-clerical, que provocou um grande escândalo. Estes dois filmes são emblemáticos, mas os seguintes de forma mais discreta, continuam a basear-se nas ideias de Bunuel: amor louco, anti-clericalismo, rebeldia, inconformismo perante os convencionalismos, ânsia de transcendência. Em 1930 Bunuel foi para Hollywood e aí conheceu Chaplin e Eisenstein, mas voltou a Espanha, quando foi proclamada a República e filmou o documentário, «Las «Hurdes, tierra sin pan», onde mostra uma aldeia isolada em Espanha, onde se vive miseravelmente quase em estado selvagem. O Governo não gostou e quando em Espanha ocorreu a Guerra Civil exilou-se em França e depois nos E.U., onde trabalhou como conselheiro e chefe de montagem no Museu de Arte Moderna, até Dali numa entrevista, ter revelado as tendências comunistas de Bunuel. Devido ao escândalo, Bunuel teve que se demitir. Dali defendia Franco e as virtudes da Igreja Católica, ideias muito antagónicas às do realizador. Foi quase a ruptura completa, daí para a frente muito esporadicamente Dali escrevia e Bunuel respondia.
Bunuel foi para o México, onde inicialmente fez filmes comerciais, mas depois retomou o seu estilo, nesta fase o seu melhor filme é: «Los Olvidados», onde mostra a vida violenta dos meninos da rua.
Em 1960 voltou a Espanha e filmou, «Viridiana», que o estado financiou, sem qualquer visionamento. O filme foi um escândalo, de certo modo foi a sua vingança a Franco. Com este filme obteve a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o reconhecimento internacional. Foi para a França, onde teve toda a liberdade de acção e filmou obras importantes, como: O Anjo Exterminador, Diário de uma Empregada de Quarto, Belle de Jour, A Via Láctea. Voltou a Espanha e filmou: Tristana, Amor Perverso, O Discreto Charme da Burguesia (Óscar de melhor filme estrangeiro), O Fantasma da Liberdade e o Obscuro Objecto do Desejo. A musa de quase todos os seus filmes foi, Catherine Deneuve.
Devido a problemas de saúde, diabetes e cancro no fígado retirou-se e foi para o México, onde morreu em 1983.

(VI TODOS OS FILMES CITADOS E VOLTARIA A VÊ-LOS OUTRA VEZ, MAS BUÑUEL ESTÁ ESQUECIDO!...)

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