Capitalism: A Love Story, foi apresentado na competição do 66º Festival de Veneza. Michael Moore, afirmou acreditar nas mudanças políticas e económicas dos Estados Unidos a partir da chegada à presidência de Obama. Quem me perguntasse em 2004, no Festival de Cannes, quando apresentei Fahrenheit, se um afro-americano chegaria um dia a ocupar a presidência da república na América, eu certamente diria que não. O seu filme é contra a ganância pura e simples do lucro excessivo, introduzida no pacote democrático, representado pelo capitalismo. Moore mostra fábricas que fecham, desemprego, americanos perdendo as suas casas por não conseguir pagar o empréstimo que fizeram para adquiri-las, movidas por garantias, da era Bush. O director foi questionado se há esperança de que a situação de crise possa mudar. Tudo é possível no mundo; o Muro de Berlim caiu, Mandela foi eleito presidente da África do Sul e Obama chegou a presidente. O cineasta ainda comentou os conceitos mais persistentes que debate no filme, como democracia, justiça e liberdade: É difícil definir justiça ou democracia quando é a economia que move a vida das pessoas; é muito pouco considerar que democracia é o que permite votar a cada dois ou três anos; liberdade não é apenas votar, só isso não pode ser considerado uma mudança; esta tem que se dar no dia a dia das pessoas que trabalham a vida inteira e são destruídas pela ganância. Além de entrevistar especialistas para entender as andanças do dinheiro das instituições bancárias à bolsa de valores e o ambiente de Wall Street, a zona financeira de Nova York, Moore vai atrás dos congressistas e mostra os escândalos financeiros. Como é habitual, faz também os seus shows de efeito, como parar um carro forte em frente as sedes de grande bancos para tentar recolher de volta o dinheiro do povo. Apesar desses momentos folclóricos e de impacto, bem semelhante aos dos políticos, Moore garante: Vou continuar a lutar através dos meus filmes, e se conseguir comover quem pagou o bilhete, já fico muito contente.
Michael Moore é um cineasta de documentários e escritor norte-americano conhecido pela sua postura crítica em relação às grandes instituições, à violência armada, à invasão do Iraque e à hipocrisia dos políticos, tendo sido particularmente crítico em relação a George W. Bush.
O seu modo de filmar, é mostrar realidades angustiantes com uma dose de humor corrosivo que lhe cria tanto admiradores incondicionais quanto inimigos declarados.
Entre os seus vários documentários destaco, The Big One, onde divulgou ao público as tramas das grandes empresas e dos políticos insensíveis e indiferentes, obrigando a que a multinacional Nike, deixasse de utilizar crianças como força de trabalho barata na Indonésia, Fahrenheit 9/11, onde critica George Bush; Bowling for Columbine, onde aborda a obsessão das armas nos Estados Unidos da América, relacionando-a com o Massacre de Columbine, ocorrido numa escola.
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