CENTRAL DO BRASIL

FILME REALIZADO POR WALTER SALLES E INTERPRETADO POR FERNANDA MONTENEGRO E MARÍLIA PÊRA - OBTEVE EM BERLIM O PRÉMIO- - URSO DE OURO, COMO MELHOR FILME E O URSO DE PRATA, COMO MELHOR ACTRIZ (FERNANDA MONTENEGRO) EM 1998. ESTE FILME NÃO PERDE A ACTUALIDADE.
ARGUMENTO - Dora, professora reformada, vai para a Estação Central, escrever cartas a quem não saiba escrever, com isso tem contacto com dores e anseios de muita gente. Dora, no entanto é uma mentirosa, porque cobra-se do dinheiro de escrever, do papel, do envelope, do sêlo e não envia as cartas.
Neste habilidoso meio de vida, confronta-se com o caso de uma mulher com um filho pequeno, que quer escrever uma carta ao pai da criança, para ele conhecer o seu filho. Escreve a carta, que terá o mesmo destino que as outras, mas no dia seguinte, aparece-lhe novamente a mulher com o filho perguntando-lhe se já tinha enviado a dita carta. Dora mente, mas o miúdo revolta-se e diz-lhe que ela é mentirosa. A mulher tinha seguido para a frente e devido a uma distracção morre atropelada.
Josué, assim se chama o miúdo, fica pela estação central abandonado e Dora ao vê-lo, sente-se incomodada e quer-lhe dar um destino. Juntamente com um amigo da estação resolvem vender a criança. Dora recebe uma pipa de dinheiro e ao dizer a uma amiga, esta alerta-a, que compram as crianças para lhe tirarem os orgãos. Dora fica assustada e vai à casa onde deixou o miúdo e com algumas peripécias consegue trazê-lo. Embora o pai de Josué viva muito longe, Dora para se penalizar, decide levar Josué ao pai. É uma viagem longa cheia de peripécias, mas em que se encurta a cumplicidade entre os dois. O pai já não vivia na direcção que tinham, mas não desistem de procurar, até que encontram dois rapazes, que são irmãos de Josué (de um primeiro casamento) e dizem que o pai tinha ido para o Rio de Janeiro à procura da madrasta. Dora uma noite decide fugir e deixar Josué entregue aos irmãos. Josué apercebe-se da saída de casa de Dora e vai a correr, mas a camioneta já tinha partido.
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É um filme muito humano, que mostra o bom e o mal das pessoas, assim como a realidade problemática de certas vidas, onde está ausente a afectividade, que depois de descolar da frieza e do calculismo, jorram enternecedoras e vêem do âmago, do mais profundo e verdadeiro que as pessoas sempre têm em si. EU GOSTEI E RECOMENDO.