«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O QUARTETO DE ALEXANDRIA: JUSTINE; BALTHAZAR; MOUNTOLIVE E CLEA - LAWRENCE DURRELL (1912-1990)



Escritor cosmopolita, como ele próprio se intitulava, não se considerava britânico, que escreveu: biografias, poesia, novela, romance, peças de teatro, livros de viagens.
A sua obra-prima é: O QUARTETO DE ALEXANDRIA (não sei presentemente se esta obra está editada na íntegra, já há uns anos comprei Justine, mas Balthazar, Mountolive e Clea, foram emprestados).
Durrell nasceu na Índia, filho de colonos britânicos e foi estudar para Inglaterra, um país que nunca lhe agradou. Começou a escrever poesia com 15 anos.
Em 1935 foi viver com a família para a ilha grega de Corfu, escreveu a sua primeira novela e tornou-se por correspondência, bastante amigo de Henry Miller, ao elogiar o seu livro «O Trópico de Câncer». Passado pouco tempo foi a Paris para conhecer Miller e incluindo Anais Nin, tentaram formar um movimento literário. Quando esteve em Paris escreveu o seu livro polémico «O Livro Negro», que não foi publicado em alguns países.
Devido à Segunda Guerra Mundial, Durrell foi para Corfu e depois para a Alexandria onde trabalhou como correspondente e teve vários cargos políticos e cargos de docente. Mais tarde foi para a Argentina, Belgrado e Chipre, sempre desempenhando cargos diplomáticos e simultaneamente escrevendo uma vasta obra.
Quis repetir a experiência do «Quarteto de Alexandria» e escreveu «O Quinteto de Avinhão», que ganhou o prémio Booker. Acabou por se fixar em Sommières, França, onde morreu em 1990.
O QUARTETO DE ALEXANDRIA é uma obra de 4 volumes: Justine (1957 – Balthazar (1958) – Mountolive (1958) e Clea (1960). Para mim é daqueles livros inesquecíveis. É o resultado da sua experiência profissional como diplomata, na Grécia, Yugoslávia, Chipre e Egipto. O tempo de acção é antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Os três primeiros livros contam a mesma história sobre diferentes ângulos, só em Clea a história avança no tempo e termina. Nesta obra o autor investiga o amor em todas as suas formas, revela a paisagem de grande beleza e simultaneamente a corrupção existente.
O «Quarteto» impressionou os críticos, pela riqueza do seu estilo, a variedade de vivências e de caracteres humanos, o movimento entre o pessoal e o político e o exotismo.
George Cukor realizou o filme «Justine», mas teve que simplificar muito a história, transformando-a num melodrama, que não resultou.

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