Encontrei os livros de Teixeira da Pascoaes, era ainda muito jovem, penso até que foi os primeiros livros que li, de uma literatura mais a sério, porque como as crianças do meu tempo, lia a Condessa de Segur e a desaustinada Sofia e os aliciantes livros de Enid Blynton e também os «mikeis», como lhe chamávamos e algumas «coboiádas». Agora à distância constato, como a poesia de Pascoaes, teve influência em mim, não no aspecto literário, mas sim no aspecto existencial. Eu isolava-me numa dependência, onde havia uma estante com livros, tomando conta de um sobrinho muito pequenino e irrequieto e para me entreter, ia tirando uns livros e entre uns e outros, descobri Pascoaes, a sua obra poética, a prosa na altura exigia muito mais concentração. Quando me perguntam, qual foi o primeiro autor que me fascinou e digo Teixeira de Pascoaes, há assim uma certa surpresa, mas passear pelo Marão, ver a Natureza e o Fantástico através dos olhos do poeta, fascinava-me. Com raízes citadinas, era um mundo que eu descobria, transcendente e saudosista. E eu teria saudade de quê? Possivelmente pelas histórias familiares de outras eras, que eram contadas na família ou então já o espírito de saudade era superior a qualquer realidade!
Mais tarde visitei perto de Amarante, o Solar do Gatão, onde viveu Pascoaes e foi como se tivesse reencontrado uma pessoa de família. Vivia na maior das simplicidades e guardava como tesouros, pequenos ramos, pedras…tal qual eu fazia, quando dava um passeio pela Natureza e via nessas coisas tesouros, que guardava com devoção.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário