«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

BUDISMO


O Budismo é uma filosofia de vida, baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda. Quando pregava, Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. Budismo é uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam, é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu quotidiano, de maneira a leva-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida, é frequentemente chamado de "Budismo Humanista".
O Budismo foi fundado na Índia, no séc. VI a.C., pelo Buda Shakyamuni. O Buda Shakyamuni, nasceu no norte da Índia (actualmente Nepal) como um rico príncipe chamado Sidarta.
Aos 29 anos de idade, teve quatro visões que transformaram a sua vida. As três primeiras visões mostraram-lhe o sofrimento devido ao envelhecimento, as doenças e morte, a natureza inexorável da vida e as aflições universais da humanidade. Na quarta visão viu um eremita com um semblante sereno, que lhe revelou o meio de alcançar a paz. Compreendendo a insignificância dos prazeres sensuais, ele deixou a família e toda a sua fortuna em busca de verdade e da paz eterna. A sua busca da paz, era mais por compaixão pelo sofrimento alheio, do que pelo seu próprio, já que não havia tido tal experiência.
Depois de seis anos de ascetismo, ele compreendeu, que se deveria praticar o "Caminho do Meio", evitando o extremo da auto-mortificação, que só enfraquece o intelecto, e o extremo da auto-indulgência, que retarda o progresso moral. Uma pessoa é uma combinação de matéria e mente. O corpo pode ser encarado como uma combinação de quatro componentes: terra, água, calor e ar; a mente é a combinação de sensação, percepção, ideia e consciência. O corpo físico, como toda a matéria da natureza, está sujeito ao ciclo de formação, duração, deterioração e cessação.
Buda ensinou, que todos os seres, estão num ciclo contínuo de vida, morte e renascimento, por um número ilimitado de vidas, até que finalmente alcancem a iluminação. Os budistas acreditam que os nascimentos das pessoas estão associados à consciência proveniente das memórias e do karma das suas vidas passadas. "Karma" é uma palavra em sânscrito, que significa "acção, trabalho ou feito". Qualquer acção física, verbal ou mental, realizada com intenção, pode ser chamada de karma. Assim, boas atitudes podem produzir karma positivo, enquanto más atitudes podem resultar em karma negativo. A alegria ou o sofrimento, o belo ou o feio, a sabedoria ou a ignorância, a riqueza ou a pobreza experimentados nesta vida são , determinados pelo karma passado.
O renascimento em formas superiores ou inferiores, é determinado pelos bons ou maus actos, que foi sendo produzido, durante vidas anteriores. Essa é a lei de causa e efeito. Entender essa lei ajuda-nos a cessar com todas nossas acções negativas.
Através de uma prática diligente, de proporcionar compaixão e bondade amorosa a todos os seres vivos, de condicionar a mente para evitar apegos e eliminar karma negativo, os budistas acreditam que alcançarão a iluminação. Quando isso ocorre, eles são capazes de sair do ciclo de morte e renascimento e ascender ao estado de nirvana. O nirvana não é um local físico, mas um estado de consciência suprema de perfeita felicidade e libertação. É o fim de todo retorno à reencarnação e com o seu compromisso com o sofrimento.
O Buda Shakyamuni ensinou que uma grande parcela do sofrimento em nossas vidas é auto-infligido, pelos nossos desejos: por dinheiro, poder, fama e bens materiais e também por as nossas emoções: raiva, rancor e ciúme. A nossa sociedade tem enfatizado consideravelmente a beleza física, a riqueza material e o status. A nossa obsessão com as aparências e com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito, são também fontes de sofrimento.
Buda considerou que devemos seguir as Quatro Nobres Verdades, assim como caminhar pelo Nobre Caminho Óctuplo e praticar as Seis Perfeições (Paramitas).
AS QUATRO NOBRES VERDADES SÃO:
1. A Verdade do Sofrimento - A vida está sujeita a todos os tipos de sofrimento, sendo os mais básicos nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ninguém está isento deles.
2. A Verdade da Causa do Sofrimento - A ignorância leva ao desejo e à ganância, que inevitavelmente, resultam em sofrimento. A ganância produz renascimento, acompanhado de apego passional durante a vida e é a ganância por prazer, fama ou posses materiais, que causam grande insatisfação na vida.
3. A Verdade da Cessação do Sofrimento - A cessação do sofrimento advém da eliminação total da ignorância e do desapego à ganância e aos desejos, alcançando um estado de suprema bem-aventurança ou nirvana, onde todos os sofrimentos são extintos.
4. O Caminho que leva à Cessação do Sofrimento - O caminho que leva à cessação do sofrimento é o Nobre Caminho Óctuplo.
O NOBRE CAMINHO ÓCTUPLO:
Compreensão Correcta.
Pensamento Correcto.
Palavra Correcta.
Acção Correcta.
Meio de Vida Correcto.
Esforço Correcto.
Plena Atenção Correcta.
Concentração Correcta.
AS SEIS PERFEIÇÕES:
Caridade. Moralidade. Paciência. Perseverança. Meditação. Sabedoria.
Buda enfatizou que a principal razão do sofrimento é nosso imenso apego ao nosso corpo, que é sempre identificado como "eu". Todo o sofrimento brota desse apego ao "eu". Para sermos mais exactos, é a "consciência" que se abriga temporariamente no corpo existente, o qual funciona somente como uma casa. A morte é meramente a separação do corpo e da "consciência". A "consciência" continua, sem nascimento ou morte, e busca "abrigo" num novo corpo. Se entendermos isso, não há razão para lamentações. Ao contrário, deveríamos ajudar os que estão à beira da morte, a ter um nascimento positivo.
No Budismo, aquilo que normalmente chamamos de "alma", é na verdade, uma integração das oito consciências. As consciências dos cinco sentidos: visão, audição, olfacto, paladar, tacto a sexta, que é o sentido mental, que formula as ideias, a partir das mensagens recebidas pelos cinco sentidos, a sétima, que é o centro do pensamento (manas) que pensa, deseja e raciocina e a oitava, que é a consciência ou como também é chamada, o "armazém" (alaya).
A prática funeral budista é normalmente conduzida com solenidade. Não se estimula o luto. Um altar simples, com uma imagem de Buda é montado. Há queima de incenso e oferenda de frutas e flores. Estes procedimentos podem ser seguidos de um elogio à memória do morto. A cremação é prática usual no Budismo, 2.500 anos atrás, Buda disse a seus discípulos, que cremassem seu corpo após a sua morte.

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