«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

DIÁRIOS DE CHE GUEVARA



REALIZAÇÃO: WALTER SALES (Central do Brasil). Foi a primeira incursão de Salles como director de um filme num idioma diferente do seu. INTERPRETAÇÃO. GAEL GARCIA BERNAL – RODRIGO DE LA SERNA

«Diários de Che Guevara», que teve a sua estreia mundial em 2004, no Festival de Sundance, onde foi recebido com uma ovação em pé por parte dos espectadores, segue duas pessoas, quando estas descobrem a rica e complexa topografia social e humana do continente americano latino. Em 1952, dois jovens argentinos, Ernesto Guevara (Gael García Bernal) e Alberto Granado (Rodrigo de la Serna), partiram numa viagem de estrada para descobrir a verdadeira América Latina. Ernesto é jovem de 23 anos estudante de medicina, especialista em leprologia, e Alberto, de 29 anos, é bio-químico. Com um romântico sentido de aventura, os dois amigos deixam os seus confortáveis ambientes familiares em Buenos Aires em cima da motocicleta de Alberto, uma 1939 Norton 500, que recebe a alcunha "La Poderosa". Embora a motocicleta se avarie durante a sua jornada, eles continuam com recurso à boleia. À medida que se afastam cada vez mais da familiar e confortável Buenos Aires, os dois amigos tornam-se próximos como irmãos, unidos pela crença no progresso e no que a ciência e a medicina podem fazer pela região. Começam a conhecer uma diferente América Latina, através das pessoas que encontram na estrada, ao mesmo tempo que a variada geografia que encontram, de montanhas a desertos, de complacentes ricos a pessoas de pobreza extrema, começa a reflectir as suas próprias perspectivas em mudança. De mineiros sem casa a prostitutas de barco, de vítimas de lepra a pessoas prósperas, Ernesto e Alberto descobrem neles uma afinidade para a humanidade, e uma determinação para mudar o mundo. Durante a viagem de 8 meses e 8 mil quilómetros, partindo da Argentina, seguindo através dos Andes para o Chile, passando pelo deserto de Atacama para o Peru, em direcção a uma colónia de leprosos, até chegar à Venezuela, eles sobem às alturas de Machu Picchu, onde as majestosas ruínas e o extraordinário significado da herança Inca, destruída pelos invasores espanhóis, lhes causa um profundo impacto. Quando chegam à colónia de lepra de San Pablo, localizada nas profundezas da Amazónia peruana, os dois jovens começam a questionar o valor do progresso que é definido por sistemas económicos, que deixam tantas pessoas na pobreza extrema e as oprime. As suas experiências na colónia despertam neles os homens que eles irão tornar-se mais tarde, ao definir a jornada política e ética que vão seguir nas suas vidas.

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