«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

MARROCOS


Marrocos é um país localizado no extremo noroeste da África, estando limitado a norte pelo Estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha), por Ceuta, pelo mar Mediterrâneo e por Melilha, a leste e a sul pela Argélia, a sul pelo Saara Ocidental (território que controla) e a oeste pelo Oceano Atlântico. A capital do país é a cidade de Rabat. É o único país africano, que não faz parte da União Africana.
HISTÓRIA
Marrocos, tal como grande parte do Norte de África esteve sucessivamente sob o domínio dos fenícios, do Império Romano e do Império Bizantino, até à chegada dos árabes, que trouxeram o Islão e fundaram o reino de Nekor, nas montanhas do Rif, no século VII.
Os indígenas berberes, no entanto, assumiram o controle no século XI e governaram, não só Marrocos, mas também a parte sul da península ibérica, até ao fim do século XII.
Em 1415, Portugal virou os olhos para África e começou com a conquista de Ceuta e no século seguinte, a maior parte do litoral marroquino, estava nas mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua sob soberania espanhola até hoje.
Em 1904, na Conferência de Algeciras, a Inglaterra concedeu à França o domínio de Marrocos, cujo sultão tinha contraído uma grande dívida com aquele país da Europa (em troca, a França concordou que o Reino Unido governasse o Egipto). Em 1859, a Espanha anexou Marrocos, anexação essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al-Hafid, aceitou em 1912, o estatuto de protectorado francês.
A seguir à Segunda Guerra Mundial, de acordo com a “Carta do Atlântico” (assinada em 1941 por Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt), as forças vivas de Marrocos exigiram o regresso do sultão Mohammed V. A França, que já se encontrava a braços com a insurreição na Argélia, concordou com a independência da sua colónia em 1956.
A mudança do controle francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do Partido Independentista Istiqlãl decorreu calmamente.
Em 1957, Sidi Muhammad transformou Marrocos num reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlãl se dividiu em dois grupos (um, abrangendo a maioria dos elementos do Istiqlãl, conservador e obediente a Muhammad 'Allãl al-Fãsi, apoiante de Sidi; outro, de carácter republicano e socialista, que adoptou o nome de União Nacional das Forças Populares, Sidi Muhammad aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral.
Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, (filho de Sidi), como rei Hassan II, com a aprovação de uma Constituição de cariz monárquico.
Um ano depois, foram realizadas eleições parlamentares, que levaram a conjuntura política a um beco sem saída. Tal facto permitiu a concentração de poderes em Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a uma tentativa, um ano depois, de golpe de Estado. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em 1972, que só foi implementada efectivamente, após outra tentativa de golpe de Estado, em Agosto desse ano.
O ano de 1974 marcou o início de uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Saara Espanhol, rico em minérios (sobretudo fosfato), pretensão essa que foi concretizada em Novembro de 1975, com o avanço da "Marcha Verde", constituída por 350 000 voluntários desarmados, sobre o protectorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura do acordo, em que eram satisfeitas as ambições de Marrocos.
No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a condenação por parte da ONU e terceiro, a criação do Saara Ocidental em 1989, que tem obtido o reconhecimento de um número crescente de países.
Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros-Ghali, propôs um aprofundamento das negociações, com o objectivo de promover um processo de recenseamento eleitoral o mais completo possível, de modo a um futuro referendo, que motivasse uma legitimidade aceitável por ambas as partes.
Por último, é de salientar o papel que Marrocos tem desempenhado no importante processo de paz na Palestina, através de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) e Israel que permitiu, nomeadamente, o estabelecimento de interesses económicos naqueles países.
Localizado no chamado Magrebe, o reino de Marrocos, além da capital Rabat, tem outras cidades que se destacam: Casablanca a maior do país, Tânger e Fez.
Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente, mas em que o rei é igualmente o chefe do governo.

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