MAOMÉ / MUHAMMAD (c.570-c.632)
Nasceu em Meca, na actual Arábia Saudita, com o nome de Abulqasim Mohamed ibn Abdala ibn Abd al-Mutalib ibn Hashim. Ficou órfão muito cedo e foi criado por um tio. Aos 12 anos, conheceu um monge cristão, que lhe ensinou a fé num único Deus.
Adoptou a crença, por se sentir incomodado, com a idolatria e os excessos cometidos pela sociedade de Meca. Aos 25 anos, casou-se com uma viúva rica e passou a gerir os seus negócios, reservando boa parte do tempo para meditações. Segundo a doutrina islâmica, em 610 a.C. Maomé ouve a voz do arcanjo Gabriel, enquanto medita no Monte Hirã. Ensinamentos são revelados por Deus que depois vão ser conhecidos pelo Alcorão. Maomé começou a pregar, sensibiliza os mais pobres e desagrada às classes dominantes de Meca, o que o obrigou, em 622 a.C., a fugir para Iatribe, ( Medina - cidade do profeta). Torna-se chefe religioso, político e militar e negoceia a paz, entre as tribos árabes de Medina. Com o apoio delas, vence as guerras impostas contra ele e a sua doutrina e consegue conquistar Meca, pouco tempo depois. Morre deixando a comunidade espiritualmente unida e politicamente organizada, sob os preceitos do Alcorão.
O profeta Maomé faleceu em 632, sem deixar claro, quem deveria ser o seu sucessor na liderança da comunidade muçulmana. Abu Bakr, um dos primeiros convertidos ao islamismo e companheiro do profeta, foi eleito como califa, função que desempenhou durante dois anos. Depois da sua morte, a liderança para Omar e depois para Otman.
Quando Otman morreu, ocorreu uma disputa em torno de quem deveria ser o novo califa, isso provocou guerras civis entre os partidários, provocando a divisão: sunitas e xiitas e respectivas maneiras de ver do islamismo. Estas lutas estão na origem dos dois principais ramos em que actualmente se divide o Islão o sunita e o xiita (com subdivisões), cada qual com diferenças a nível legal e teológico.
MISTICISMO
Muitas vezes, visto pelos próprios muçulmanos, como um ramo separado do Islão, o sufismo é uma forma de misticismo, que pretende alcançar um contacto directo com Deus, através de uma série de práticas, que geralmente incluem o ascetismo e a meditação.
O sufismo já existia como movimento no primeiro século do Islão. Para os sufis o próprio profeta Maomé seria um deles, já que levaria uma vida extremamente simples, tendo por hábito retirar-se de Meca, para meditar numa caverna, tendo estabelecido uma relação próxima com Deus.
Um dos primeiros representantes do sufismo foi al-Hasan al-Basri (642-728), que rejeitou o materialismo do mundo e criticou os soberanos omíadas. Saliente-se ainda neste período inicial, uma mulher, Rabi'ah al-Adawiyah, cujo amor a Deus a levou a excluir o apego ao mundo.
Desde o século XIII, os sufis organizam-se em ordens ou irmandades, que seguem os métodos ensinados por um determinado mestre. As ordens sufis podem ser encontradas quer no sunismo, quer no xiismo.
O sufismo foi por vezes entendido pelas autoridades ortodoxas muçulmanas como uma ameaça, tendo os seus líderes e adeptos sido alvo de perseguições. O sufismo tem sido igualmente criticado, devido ao facto de alguns dos seus mestres, terem alcançado um estatuto de santo, tendo sido erguidos santuários nos locais onde nasceram ou faleceram , tornando-se locais de peregrinação.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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