«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

TEOLINDA GERSÃO - PRÉMIO INÊS DE CASTRO


A escri­to­ra Teo­lin­da Ger­são rece­beu ontem o Pré­mio Lite­rá­rio Fun­da­ção Inês de Cas­tro 2008, no valor de cin­co mil euros. Duran­te a ceri­mó­nia, na Quin­ta das Lágri­mas, a auto­ra refe­riu que o livro “A mulher que pren­deu a chu­va” reú­ne con­tos que «par­tem do quo­ti­di­a­no, do per­fei­ta­men­te nor­mal» e «têm a ver com a vida de todos os dias». Depois de refe­rir que o que mais lhe inte­res­sa «é estar aten­ta à rea­li­da­de», a auto­ra teceu duras crí­ti­cas ao esta­do da Jus­ti­ça por­tu­gue­sa, «enquan­to ins­ti­tu­i­ção».«A Jus­ti­ça não per­ten­ce a nin­guém, per­ten­ce a todos, e como está é uma espa­da de cor­ti­ça que, na melhor das hipó­tes­es, atin­ge a car­ri­ça, e foi isso que eu ten­tei dizer num con­to do livro que se cha­ma “His­tó­ria Anti­ga”».Teo­lin­da Ger­são acres­cen­tou depois que devia exis­tir «um deba­te naci­o­nal», por­que a Jus­ti­ça em Por­tu­gal «não ser­ve». As decla­ra­ções foram ditas na pre­sen­ça de um lote alar­ga­do de ele­men­tos liga­dos à Jus­ti­ça, como por exem­plo o Bas­to­ná­rio da Ordem dos Advo­ga­dos, Antó­nio Mari­nho e Pin­to.A escri­to­ra recor­dou tam­bém que a sua escri­ta, para além da Jus­ti­ça, tra­ta de outros temas polé­mi­cos, como o actu­al sis­te­ma de ensi­no. O livro pre­mi­a­do inclui tam­bém «con­tos sobre a mor­te, enca­ra­da de dife­ren­tes modos». (Fonte: Diário de Coimbra)


Teolinda Gersão, nasceu em 1940 em Coimbra, é escritora e professora universitária.
Estudou Germanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tuebingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, docente na Faculdade de Letras de Lisboa e posteriormente professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa,onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada até 1995. A partir dessa data passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
Além da permanência de três anos na Alemanha, viveu dois anos em São Paulo (reflexos dessa estadia, surgem em alguns textos de Os Guarda-Chuvas Cintilantes). Também conheceu Moçambique, cuja capital, então Lourenço Marques, é o lugar onde decorre o romance,
A Árvore das Palavras.
Escritora residente na Universidade de Berkeley em Fevereiro e Março de 2004, esteve presente na Feira do Livro de Frankfurt e entre outros prémios literários, recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores pelo seu romance, A Casa da Cabeça de Cavalo e os Prémios de Ficção do Pen Clube pelos livros: O Silêncio e
O Cavalo de Sol.
Publicou as seguintes obras:
Silêncio, Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo, História do Homem na Gaiola e do Pássaro Encarnado, Os Guarda-Chuvas Cintilantes, O Cavalo de Sol, A Casa da Cabeça de Cavalo, A Árvore das Palavras, Os Teclados, Os Anjos Histórias de Ver e Andar, O Mensageiro e Outras Histórias com Anjos.

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