Jean-Paul Sartre, ficou órfão de pai com 2 anos de idade. Na sua educação teve as influências da sua mãe e do seu avô, que o iniciou cedo na literatura clássica. Também cedo o seu interesse foi despertado pela filosofia, influenciado pela leitura da obra do filósofo, Henri Bergson.
Ingressou na École Normal, Supérieure e em 1929 conheceu Simone de Beauvoir, que seria sua companheira para toda a vida. Formaram um casal aberto, cada um tendo outros parceiros, obviamente que para a sociedade francesa tradicional, isto foi um escândalo.
Foi estudar para Berlim, quando Raymond Aron lhe apresentou a obra de fenomenologia de Husserl e Sartre ficou fascinado com uma escola, que lhe permitia estudar filosoficamente cada aspecto da vida humana. Na Alemanha conheceu a obra do filósofo, Martin Heidegger, que seria a base da primeira fase da sua filosofia. Começou a leccionar em várias cidades francesas e paralelamente iniciou a escrita das suas primeiras obras, até que em 1938 publicou, A Náusea, um romance que é um estudo existencialista, apresentando algumas das suas ideias, que mais tarde desenvolverá na sua obra filosófica.
Em 1939 começou a Segunda Guerra e o escritor alistou-se como meteorologista, mas em 1940 foi preso pelos alemães e foi para um campo de concentração, onde permaneceu preso até 1941. Quando regressou aliou-se à Resistência Francesa e conheceu Albert Camus, tornando-se grandes amigos. Já antes tinha ficado impressionado com o seu livro, O Estrangeiro, para o qual escreveu um ensaio. Esta amizade acabou em 1952, quando Camus escreveu, O Homem Revoltado, no qual atacou criticamente o stalinismo, no entanto durante toda a vida, Sartre admirou Camus.
Em 1943, o escritor publicou o seu famoso livro filosófico, O Ser e o Nada, ensaio de ontologia filosófica, que condensou todos os conceitos importantes da sua primeira fase filosófica.
Com Maurice Merleau-Ponty em 1945 criou a revista, Les Temps Modernes e paralelamente escreveu uma série de obras, inclusivamente de teatro onde expôs as escolhas dos homens, face às contingências a que estão sujeitos, transmitindo as suas ideias filosóficas e políticas, como Huis-Clos (Entre Quatro Paredes) e a trilogia, Os Caminhos da Liberdade, entre outros.
Em 1950, Sartre tornou-se militante do Partido Comunista e defendeu a independência da Argélia e o fim do colonialismo francês. A aproximação que fez ao marxismo, marcou a sua segunda fase filosófica, na qual tentou integrar o existencialismo no marxismo. Publicou, A Crítica da Razão Dialéctica, na qual defendeu os valores humanos, presentes no marxismo, apresentando uma visão alterada do existencialismo, com o objectivo de eliminar as contradições, entre as duas escolas, mas em 1956 rompeu com o Partido Comunista.
Em 1963, Sartre escreveu o livro autobiográfico, As Palavras e no ano seguinte ganhou o Prémio Nobel, que recusou.
A sua participação no Maio de 68 ao lado dos estudantes tornou-o uma figura mítica e continuando pelos caminhos da esquerda em 1970, assumiu a direcção do jornal, La Cause de Peuple, depois da prisão dos seus directores, assim como em 1973 colaborou na fundação do jornal, Liberation.
Jean-Paul Sartre morreu em 1980 e o seu funeral teve o acompanhamento de cerca de 50 mil pessoas.
INTERESSES DE SARTRE: Epistemologia, Ética, Política, Ontologia, Metafísica e Fenomenologia.
INFLUÊNCIAS: Kant, Marx, Nietzche, Kierkegaard, Camus, Dostoiesvski…
LIVROS QUE LI E TENHO DE JEAN-PAUL SARTRE:
ROMANCE: A Náusea, O Muro, Trilogia os Caminhos da Liberdade (1- A Idade da Razão, Sursis, Com a Morte na Alma, Os Dados Estão Lançados.
TEATRO: As Moscas, Huis-Clos, Mortos sem Sepultura, A Puta Respeitosa, As Mãos Sujas, A Engrenagem, O Diabo e o Bom Deus, Os Sequestrados de Altona e Kean.
ENSAIO: O Ser e o Nada, O Existencialismo é um Humanismo e Situações (ensaios políticos, literários e filosóficos).
AUTOBIOGRAFIA: As Palavras.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
JEAN-PAUL SARTRE (1905-1980)
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