Com 4 anos, Virgílio vê partir os pais para os Estados Unidos, ficando em Portugal com os irmãos e as tias maternas, um facto que será muito marcante e que descreve no seu livro «Nítido Nulo».
Aos 10 anos, faz uma peregrinação a Lourdes e vai para o Seminário do Fundão. Esta vivência é o tema central de «Manhã Submersa».
Deixa o Seminário e vai estudar para o liceu da Guarda, seguindo depois para Coimbra, onde tira o curso de Filologia Clássica.
Vai leccionar para Faro. Desde muito cedo que faz poesia, que não publica, nem virá a publicar, excepto alguns poemas, que incluiu nos seus diários, que intitula «Contas-Correntes. Sobre estes diários, Virgílio Ferreira questionou-se muito, porque ao publicá-los permitia ao leitor entrar na sua intimidade e dizia: «Que me leiam num romance não me perturba, mas não que me leiam a mim», mas acabou por publicar vários volumes de «Contas-Correntes», que foram iniciados em 1981 e terminados em 1994. Como homem atento a tudo, abordava a política, a sociedade, a estética e a literatura.
O seu primeiro livro foi publicado em 1943, «O Caminho fica Longe», a partir daí escreveu uma série de obras.
O EXISTENCIALISMO DE VIRGÍLIO FERREIRA
A sua obra é atravessada pelo discurso da solidão, como um dos aspectos mais profundos da condição humana, sempre acompanhada pelo silêncio, que é motivado pelo abandono da entidade divina.
Na sua obra há uma tentativa de elevar os problemas individuais à generalidade dos HOMENS. Porque não se refere a um EU que fala de si, mas um EU que se refere a todos os HOMENS. A consciência do EU e da sua solidão, manifestam-se por pensamentos reflexivos. As suas personagens questionam-se, perante um mundo de absurda estupidez. O que escreve é uma interrogação sobre a HUMANIDADE do HOMEM.
Virgílio Ferreira, é um dos nossos grandes escritores. Li alguns dos seus romances:
Manhã Submersa, Aparição, Cântico Final, Alegria Breve e Até ao Fim.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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