«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

EÇA DE QUEIROZ

José Maria de Eça de Queiroz, nasceu na Póvoa do Varzim, mas passou os seus primeiros meses em Vila do Conde. Era filho de José Maria Teixeira Queiroz e mãe incógnita. A mãe era Carolina Augusta Pereira d'Eça, que não obteve autorização da mãe (viúva), para casar. Só casou, quando a mesma morreu, tinha José Maria 4 anos.
José Maria foi criado com uma ama, depois foi estudar para o Colégio da Lapa no Porto e a seguir foi para Coimbra, onde tirou o curso de Direito.
Antes de começar a trabalhar foi fazer uma viagem ao Egipto, que o inspirou para escrever: «O Mistério da Estrada de Sintra» e «A Relíquia». Conviveu com os intelectuais da época, como Antero de Quental e participou nas célebres, «Conferências do Casino».
Começou a trabalhar em Leiria, como administrador municipal, tendo nessa altura começado a escrever o livro «O Crime do Padre Amaro». Depois enveredou pela diplomacia, tendo sido cônsul em Newcastle e Bristol na Inglaterra, em Havana e por fim em Paris. Entretanto foi escrevendo vários livros, que foram traduzidos em várias línguas.
Morreu em Paris em 1900.
Eça de Queiroz é por muitos, considerado o melhor escritor realista Português, do século XIX. Camilo Castelo Branco parodiava o realismo, mas não deixou de o seguir. Outros nomes que optaram pelo realismo foram: Trindade Coelho e Fialho de Almeida.
REALISMO - descrever, analisar e criticar a realidade, obviamente uma definição sintética.
Li vários livros de Eça: O Crime do Padre Amaro, A Relíquia, O Primo Basílio, Os Maias e A Cidade e as Serras.
Os livros de que mais gostei: Os Maias, O crime do Padre Amaro e A Cidade e as Serras.
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Isto bem a propósito do livro que ando a ler, «O Primo Basílio», que já tinha lido há uns anos e por acaso veio ter-me às mãos, quando uma amiga o resolveu pôr de lado, juntamente com outros livros, para se desfazer deles. Que coragem deitar livros fora!
O livro, que obviamente está muito bem escrito, o que hoje nem sempre acontece, tem-me divertido bastante, pela sociedade e mentalidade que Eça descreve, de uma época onde naturalmente se vivia e se pensava muito diferentemente de hoje, apesar de certos extractos mais conservadores e religiosos, ainda mostrarem essas facetas. O tema é um adultério e Eça é perspicaz, na forma como escalpeliza essa situação em todas as suas «nuances»: as empregadas, os vizinhos, a família, os amigos, a sociedade em geral. À mulher que pratica o adultério, só há três caminhos: a morte, o convento, a rua e a miséria total. Há certas expressões, que realmente têm imensa piada, certa forma de viver, certa forma de pensar.

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