«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

CAROLINA LOFF - UM CASO DE AMOR

Aqui há uns anos, Pacheco Pereira, ao fazer investigação, para escrever um livro sobre Álvaro Cunhal, teve conhecimento do caso Carolina Loff e Vasco Graça Moura, inspirou-se neste caso e escreveu o romance, «Zulmira».
Carolina Loff, nasceu em Cabo Verde e destacou-se nos anos 30 na Federação Comunista das Juventudes Portuguesas, assim como integrou a primeira célula feminina do PCP. Em 1932, foi presa por distribuir propaganda. Depois de ser libertada, foi para a Rússia e a sua projecção é deste modo iniciada. Frequentou a escola de quadros leninistas, foi tradutora e despachou directamente com Manuilsky, responsável pelo PCP na Internacional Comunista. Foi para Madrid para instalar uma emissora de rádio, a funcionar na sede do PCE, antes tinha passado pela Polónia, Checoslováquia, Áustria, Suíça e França, onde recebeu uma nova identidade, um passaporte belga, como o nome de Berthe Mouchet e com a profissão de jornalista.
Com a vitória da Franco, foi presa e torturada, mas nada disse. Foi libertada e partiu para Portugal, onde se integrou na direcção do PCP. Ascendeu a figura de proa a nível nacional e internacional, trabalhando directamente com Cunhal. Carolina, acabou por ser presa e na prisão apaixonou-se pelo agente da PIDE, Júlio de Almeida, que a tinha interrogado. O amor foi recíproco e o resultado, obviamente, foi o abandono dos dois, dos seus mundos. Ele deixou a PIDE e passou a ser olhado, como se tivesse passado para os comunistas e Carolina foi ostracizada pelo PCP, e o seu nome era um sacrilégio pronunciar.
Pode-se neste caso usar o velho ditado: O CORAÇÃO TEM RAZÕES, QUE A RAZÃO DESCONHECE.
[Ao mexer em velhos papeis, encontrei este recorte de jornal, que transcrevi]

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