«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 23 de novembro de 2008

ERNEST MILLER HEMINGWAY (1899-1961)


ERNEST HEMINGWAY, também é um dos meus escritores marcantes.
Hemingway, fez parte da comunidade de escritores expatriados em Paris, conhecida como "geração perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein (marchand d'art). Levando uma vida turbulenta, Hemingway, casou quatro vezes, além de vários relacionamentos românticos. Em 1952, publicou, O Velho e o Mar, com o qual ganhou o prêmio Pulitzer (1953), considerada a sua obra-prima. Hemingway recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1954.
A vida e a obra de Hemingway, teve intensa relação com a Espanha, país onde viveu por quatro anos. Uma breve passagem, mas marcante para um escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, meados do século XX, fascinado pelas touradas, tornou-se um toureiro amador e transportou essa experiência para dois livros: O Sol Também Se Levanta (1926) e Por Quem os Sinos Dobram (1940). Ao cobrir a Guerra Civil (1937) – como jornalista , não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo.
Ainda muito jovem, decidiu ir à Europa, quando a Grande Guerra assombrava o mundo (1918). Hemingway tinha terminado o segundo grau em Oak Park e trabalhava como jornalista no Kansas City Star. Tentou alistar-se, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, sua inspiração na criação da heroína de Adeus às armas (1929). Atingido por uma bomba, retornou para Oak Park.


Voltou à Europa (Paris), em 1921, recém-casado com Elizabeth Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para o Toronto Star Weeky. Para um escritor em início de carreira, a Paris dos anos 20, era o lugar certo. Hemingway aproximou-se de outros principiantes: Ezra Pound (1885 – 1972), Scott Fitzgerald (1896 – 1940) e Gertrude Stein (1874 – 1940).
O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer. Com ela teve dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. O escritor sentiu a falta da vida de jornalista e de correspondente internacional. O casamento com Pauline era instável. Nessa época conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe’s Bar e companheiro de farra e de pescarias. Foi com o amigo pescar, foram dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, para onde voltava anualmente para pescar. Hospedava-se no hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade que se tornou depois o lar do escritor, e os cenários que comporiam a sua história e a da própria ilha, pelos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências, que teriam como desfecho a revolução socialista e o seu suicídio.
Em Cuba, o escritor apaixonou-se por Jane Mason, casada com o director de operações da Pan American Airways e tornaram-se amantes. Em 1936, novamente se apaixonou, pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio. Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava e no período da guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento. Quando a república caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.
Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez com Mary Welsh, também jornalista. Hemingway, estava cada vez mais instável emocionalmente.
Ao longo da vida do escritor, o tema suicídio apareceu em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em 1929, por problemas financeiros e de saúde (diabetes). A sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, atormentava-o com a sua personalidade dominadora. Quando pai se matou enviou-lhe a pistola. O escritor, atónito, não sabia se sua mãe estava querendo que ele repetisse o acto do pai ou se queria que ele guardasse a arma como lembrança.
Aos 61 anos e muito doente (hipertensão, diabetes, arteriosclerose, depressão e perda de memória) Hemingway acabou com a sua vida, assim como fizera seu pai.
Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema da "evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum (Idaho), pegou na sua espringada de caça e disparou contra si mesmo.
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Está nos arquivos do FBI, que Hemingway foi espião americano em Cuba. O jornal, The Sunday Times localizou documentos, que comprovam definitivamente o envolvimento do escritor. Em troca de – 500 dólares por mês –, ele transmitia informações ao governo americano, sobre pessoas que freqüentavam sua casa em Cuba, no começo da década de 40. No final da vida, o próprio escritor contava histórias a respeito de seu círculo de informantes na ilha. Tudo indicia que uma "causa nobre" em princípio o motivou. Em 1941, com a II Guerra Mundial em andamento, pareceu-lhe importante vigiar os possíveis simpatizantes do fascismo em Cuba, país onde mantinha residência havia alguns anos. Hemingway expôs a idéia ao embaixador americano, que concordou em apoiá-lo. O escritor, então, reuniu um grupo de informadores e passou a coordená-lo. Para o governo dos Estados Unidos, ele era o "agente 08". Em 1983 o biógrafo Jeffrey Meyers, encontrou nos arquivos do FBI, um dossiê detalhado a respeito do escritor, mostrando que o poderoso órgão de inteligência, comandado na época por Edgar Hoover, tinha conhecimento das iniciativas de Hemingway – e as desaprovava, por considerá-lo simpatizante do comunismo.
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O desejo de “escrever o que realmente aconteceu na vida real” sobre assuntos de relevância para a condição humana, levou Hemingway aos mais diversos lugares do planeta: à Itália, durante a primeira guerra mundial; a Paris, quando a capital francesa era o centro literário e cultural do mundo; a Espanha, durante a guerra civil; a África; a Cuba; a China, durante a invasão japonesa; e a Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial. Nestes lugares ele teve a oportunidade de tecer relatos de estilo jornalístico, que se desdobram sobre temas centrais para a experiência humana no século vinte: a guerra, o crime, o medo da morte, o amor, a perda. Traçou assim um esboço do que preocupava e afligia as pessoas de sua geração e descreveu um mundo moderno que podia ser perigoso e muitas vezes nocivo e amoral.
HEMINGWAY tem uma vasta obra: romance, ensaio, contos, histórias, etc
LI:
Adeus às Armas
Ter e Não Ter
Por Quem os Sinos Dobram
Do Outro Lado do Rio e Entre as Árvores
O Velho e o Mar
O Jardim do Éden
Paris é uma Festa
Fiesta

A Capital do Mundo (contos)
A ESCRITA É EXTENSA, A PRÓPRIA VIDA DE HEMINGWAY FOI UM ROMANCE.

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