«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

HC-UPP - 11'09''01 -11 PERSPECTIVAS

Onze minutos, nove segundos, um frame.
11 Realizadores de diferentes origens e etnias, foram convidados a fazer curtas-metragens, para evocar a amplitude da onda de choque do 11 de Setembro de 2001. Este filme foi feito para testemunhar o acontecimento no mundo inteiro, para melhor compreender a dimensão humana desta tragédia, para que a reflexão acompanhe a emoção. Deste lote, vi 4 curtas metragens, de: KEN LOACH, CLAUDE LELOUCH, SAMIRA MAKHMALBAF e SEAN PEEN.
KEN LOACH, faz um paralelo com o que aconteceu em 1973 no Chile, quando os americanos presididos por Nixon, que tinha como secretário Kisinguer, deu força à direita, comandada por Pinochet, para derrubarem o regime socialista de Salvador Alhende. O resultado foi trágico, com mais de 30 mil pessoas torturadas e mortas. Esta é uma das nódoas escuras dos E.U., mas infelizmente não é a única.
CLAUDE LELOUCH, conta uma história mais à margem do acontecimento e mostra um casal, uma francesa surda e um americano. Ela fica só numa casa perto da tragédia, tem a televisão ligada, mas tinha acordado com um pressentimento de uma tragédia com o seu companheiro e decide escrever uma carta. Na televisão vê-se as imagens das torres a serem atingidas, mas ela está completamente ausente devido à sua surdez, até que a porta se abre e o companheiro chega todo coberto de pó a chorar desesperadamente.
SAMIRA MAKHMALBAF, filma no Afeganistão as crianças que pisam a lama, para fazerem tijolos e a preocupação de uma professora em as trazer para a escola. É seguida por alguns miúdos, a quem revela o que aconteceu nos E.U., mas os miúdos especulam alegremente com o que ela diz, efectivamente que para eles, isso não representa nada.
SEAN PENN, fez uma curta-metragem muito poética, mostrando o dia a dia de uma pessoa idosa, que vive obessivamente com a lembrança da mulher e age e fala como se ela estivesse ainda consigo, lamentando-se da falta de luz, que provoca a morte das flores da sua mulher. De repente a sua pequena casa é iluminada pela luz, são as chamas das torres e as flores abrem-se de forma explendorosa, ele chega à cama onde colocou um vestido, para representar a mulher e ao mostrar-lhe as flores, compenetra-se da realidade, a sua mulher, não existe.
O 11 DE SETEMBRO ACONTECEU SEM QUE NINGUÉM O PUDESSE IMAGINAR. EM TEMPO REAL, AS IMAGENS DA CATÁSTROFE, EM TODA A SUA VIOLÊNCIA, IRROPERAM PELAS NOSSAS CASAS. SUBITAMENTE, A DOR TORNOU-SE UNIVERSAL. COMO NÃO PODERIAMOS SENTIR COMPAIXÃO, QUANDO, SIMULTANEAMENTE, EM TODO O PLANETA, AS TELEVISÕES EXIBIAM O SOFRIMENTO DAQUELES QUE ENFRENTAVAM A MORTE?
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Além do visionamento destas curta-metragens, falou-se no aspecto técnico do cinema.
Como se faz um filme?
3 etapas: génese, rodagem e pós-produção.
GÉNESE: 4 fases: Sinopse ou script (início do filme), Sinopse Desenvolvida (ideia geral do filme), Cenário ( filme dividido em cenas) e Planificação (concepção plena do filme).
Produtor (quem paga o filme); Director de Produção (quem faz as contas dos gastos), Repérage (procura dos locais); Casting (escolha dos actores secundários, os principais são antecipadamente escolhidos); Director de Fotografia e Realizador.
Técnica: Música diagética (os sons que fazem parte do ambiente da narrativa, a música de rádio, a televisão...), câmara subjectiva( quando os espectadores vêem o que a personagem está a ver, pelos olhos dela) e planos (geral, americano, grande plano)
EXEMPLOS PARA VERMOS ESTES VECTORES:
Excerto da «INTRIGA INTERNACIONAL» (1976) de HITCHOCK e «O MUNDO AOS SEUS PÉS» (1941) de ORSON WELLES
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No início ouviu-se, NE ME QUITTE PAS, de Jacques Brel, falou-se do cantor, do actor e do seu excelente poema.

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