O realizador, Fernando Meireles, admitiu que a adaptação do romance de José Saramago, foi difícil de adaptar ao cinema, assim como confessou, que depois de ver o filme feito, encontrou sempre problemas. O livro de Saramago é uma alegoria, um drama social e psicológico, pode também ter uma leitura política (quando as pessoas não vêem, a sociedade pode transformar-se num caos). A história aborda a contaminação gradual das pessoas, por uma cegueira branca e as pessoas vão sendo encarceradas em sanatórios ou edifícios públicos decadentes, onde não têm qualquer apoio e têm problemas de fome. No filme é focado um certo grupo, que se vai juntando e onde há uma pessoa que vê (Julianne Moore), mas só o marido sabe, os outros desconfiam. É precisamente essa personagem, que vai auxiliar todos os outros, procurando água para se lavarem e comida para comerem. A determinada altura conseguem fugir e então encontram uma cidade caótica, a cegueira das pessoas, transformou tudo num caos, mas um dos elementos do grupo começa a ver e pressupõe-se que essa cegueira branca vai passar.
Fernando Meireles, ao não ser muito específico na alegoria, na metáfora, no simbolismo e faz um filme do género ficção americana do outro mundo ou pouco mais. Usa certas técnicas para mostrar o efeito dos acontecimentos: iluminação excessiva do ecrã que ilustra a doença branca, transmitindo a sensação de cegueira, como se os olhos mergulhassem num mar de leite, câmara oscilante, montagem frenética, enquadramentos assimétricos, mas algo fica por dizer...
EM SÍNTESE: FILME FALHADO.
[Quando é que os laboratórios inventam legendas, que possam ser lidas sobre superfícies brancas? Neste filme existem muitos fundos brancos e é difícil ler as legendas]
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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