«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 22 de novembro de 2008

FERNANDO ECHEVARRIA

ULTIMA CANÇÃO
Uma alegria a atravessar a pena.
Enquanto a pena se desembacia
e a sua luz deixa a negrura,
que era tão invisível.
Mas transparecia.
Uma alegria que pesa.
Sobe, difícil, pela paz.
E brilha a despedir-se
do amor da orquestra
indo a um silêncio
que quase ainda trila.
Depois, quando a alegria
cessa de estar sujeita
ao peso da atmosfera, sobe ainda.
E deixa a base do silêncio aberta
para a pena impregnar sua alegria.

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Fernando Echevarría, poeta português nascido em Cabezón de la Sal, Cantábria, em 1929. Filho de pai português e mãe espanhola, estudou filosofia em Espanha.

Obras
Entre Dois Anjos (1956)
Tréguas para o Amor (1958)
Sobre as Horas (1963)
Ritmo real (1971)
A Base e o Timbre (1974)
Introdução à Filosofia (1981)
Fenomenologia (1984)
Figuras (1987)
Uso da penumbra (1995)
Geórgicas (1998)
Introdução à Poesia (2001)
Epifanías (2007)
Obra Inacabada (2007)

Prémios
Grande Prémio de Poesia do Pen Club (1981 e 1998), por Introdução à Filosofia
Grande Prémio de Poesia Inasset (1987), por Figuras
Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1991), por Sobre os Mortos
Prémio de Eça de Queiroz (1995)
Prémio de Poesia António Ramos Rosa (1998)
Prémio Luís Miguel Nava (1999)
Prémio Padre Manuel Antunes (2005), pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Prémio D. Dinis (2007)

Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen (2007) por toda sua trajectória poética compilada em 'Obra Inacabada'
Condecorado pelo presidente de República portuguesa com a Ordem do Infante D. Henrique.

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