«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 27 de dezembro de 2008

D. JOÃO I (Lisboa 1357-1433)



João I de Portugal - COGNOME O De Boa Memória - Filho de: D. Pedro I e de Teresa Lourenço
-10º. Monarca de Portugal - Reinado de 1385 a 1433) - Consorte: D. Filipa de Lencastre - Sucessor o seu filho D. Duarte I.

[ Portucalem, foi um couto, que foi dado em 1114 por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, ao Bispo D. Hugo e assim foi governada de bispo para bispo, a coroa nada tinha a ver, inclusivamente a aristocracia não podia permanecer. Foi D. João I, que em 1387 decidiu vir casar-se a Portucalem com D. Filipa de Lencastre, a cerimónia foi celebrada na Sé do Porto, selando a aliança luso-britânica. Foi no Porto que, em 1394, nasceu o Infante D. Henrique.
Após prolongadas negociações entre o rei D. João I e o bispo do Porto
D. Gil Alma, chegou-se a um acordo, que foi ratificado em 1406 pelo papa Inocêncio VII
, pelo qual o senhorio da cidade, passava definitivamente do bispo para a coroa, conquistando a cidade a sua autonomia administrativa. Por essa razão a estátua de D. João I foi erigida na Praça da Liberdade]
D. João era filho ilegítimo do rei D. Pedro I e de Teresa Lourenço (uma jovem filha do mercador lisboeta Lourenço Martins; embora durante muito tempo se tenha sustentado que era de origem galega). Em 1364 foi consagrado Grão Mestre da Ordem de Avis.

Crise de 1383-85
À data da morte do rei
D. Fernando I, sem herdeiros directos, Portugal parecia em risco de perder a independência. A rainha D. Leonor Teles de Menezes era impopular e olhada com desconfiança. Ter tornado pública a sua ligação amorosa com o nobre galego João Fernandes Andeiro, que vivia no paço, atraiu todas as críticas contra a sua pessoa. Para além do mais, a sucessão do trono recaía sobre a princesa D. Beatriz, casada com o rei João I de Castela.
A burguesia e parte da nobreza juntaram-se à voz popular que clamava contra a perda da independência, tão duramente mantida por
D. Fernando I. Dois pretendentes apareceram para competir com D. Beatriz, pela coroa portuguesa: D. João, príncipe de Portugal, filho de D. Pedro I e D. Inês de Castro, era visto por muitos como o legítimo herdeiro, dado o suposto casamento dos seus pais e D. João, Mestre de Avis, filho de D. Pedro I e de Teresa Lourenço.
Com o apoio de um grupo de nobres, entre os quais o jovem D.
Nuno Álvares Pereira, e incentivado pelo descontentamento geral, o Mestre de Avis assassinou o conde de Andeiro no Paço, a 6 de Dezembro de 1383 e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do Infante D. João, devido ao mesmo estar aprisionado por D. João I de Castela. Como seria de esperar, D. João I de Castela não desistiu da sua pretensão e preparou-se para lutar pelos direitos da sua consorte à coroa portuguesa. Seguiu-se a Crise de 1383-1385, ou Interregno, um período de anarquia e instabilidade política onde diferentes cidades de Portugal, apoiavam D. Leonor Teles (até esta abdicar da regência para a filha), D. Beatriz e por Mestre de Avis.
A guerra civil arrastou-se por mais de um ano.
Finalmente a 6 de Abril de 1385, as Cortes portuguesas reunidas em Coimbra declaram o Grão-Mestre de Avis, D. João I, rei de Portugal. Esta tomada de posição resultava na prática como uma declaração de guerra a Castela, visto que atacava o estatuto de D. Beatriz de Portugal como herdeira. Pouco depois, João I de Castela invadiu Portugal com o objectivo de tomar Lisboa e remover D. João I de Portugal do trono. Com Castela, seguia um contingente de cavalaria francesa, aliada de Castela, para se opor aos ingleses, que tomaram o partido de D. João I (Guerra dos Cem Anos). Como resposta, D. João I nomeou D. Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal, protector do reino.
A invasão castelhana foi repelida durante o Verão, depois da decisiva
batalha de Aljubarrota, travada a 14 de Agosto, perto de Alcobaça, onde o exército castelhano foi quase totalmente aniquilado. Castela, então, retirou-se e a estabilidade da coroa de D. João I ficou permanentemente estabelecida.
Em
1387, D. João I casou com D. Filipa de Lencastre, fortalecendo por laços familiares, os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perduram até hoje. Depois da morte de João de Castela, sem herdeiros de D. Beatriz, a ameaça castelhana ao trono de Portugal estava definitivamente posta de parte. A partir de então, D. João I dedicou-se ao desenvolvimento económico e social do país, sem se envolver em mais disputas com a vizinha Castela ou a nível internacional. A excepção foi a conquista de Ceuta, no Norte de África, em 1415, uma praça de importância estratégica no controle da navegação na costa de África. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela cidade, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D.Filipa de Lencastre.
Cronistas contemporâneos descrevem D. João I como um homem arguto, cioso em conservar o poder, mas ao mesmo tempo benevolente. Na juventude, a educação que recebeu como Grão Mestre da Ordem de Avis transformou-o num rei invulgarmente culto para a época. O seu amor ao conhecimento passou também para os filhos, designados por Luís Vaz de Camões, nos Lusíadas, por "Ínclita geração".
No reinado de D. João I foram descobertas as ilhas de
Porto Santo (1418), a Ilha da Madeira (1419) e os Açores (1427), além de se fazerem expedições às Canárias. Tem início, igualmente, a colonização dos Açores e da Madeira.
D. João morreu a
14 de Agosto de 1433. Jaz na Capela do Fundador, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Do seu casamento com
Filipa de Lencastre, nasceram nove filhos. Destes, seis chegaram à idade adulta:
Branca de Portugal (1388-1389), morreu jovem
Afonso de Portugal (1390-1400), morreu jovem
Duarte de Portugal (1391-1438), sucessor do pai no trono português, poeta e escritor
Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449), foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo. Foi regente durante a menoridade do seu sobrinho, o futuro rei D. Afonso V e morreu na Batalha de Alfarrobeira
Henrique, Duque de Viseu, O Navegador (1394-1460), investiu a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia
Isabel (1397-1471) casou com Filipe III, Duque da Borgonha.
Branca de Portugal (1398), morreu jovem
João, Infante de Portugal (1400-1442), Condestável de Portugal
Fernando, o Infante Santo (1402-1433), morreu no cativeiro em Fez
D. João teve ainda dois filhos naturais de Inês Pires:
Afonso (1377-1461), primeiro Duque de Bragança
Beatriz (ca. 1386-1447), casada com Thomas Fitzalan, 12.º Conde de Arundel

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