«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

JORGE LUÍS BORGES (1899-1986)



Escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino, mundialmente conhecido por seus contos e histórias curtas.
Segundo um estudo de Antonio Andrade, Jorge Luis Borges tem ascendência portuguesa: o bisavô de Borges, Francisco, teria nascido em Portugal em 1770 e vivido na localidade de Torre de Moncorvo, situada no Norte de Portugal, antes de emigrar para a Argentina, onde teria casado com Cármen Lafinur.
Jorge Luis Borges estudou e viveu na cidade de Buenos Aires capital da Argentina e morreu na cidade suíça de Genebra, onde está sepultado, por opção pessoal.
Borges foi um ávido leitor de enciclopédias.
Sua obra destaca-se por abordar temáticas como a filosofia, metafísica, mitologia e teologia, em narrativas fantásticas onde figuram os "delírios do racional", expressos em labirintos lógicos e jogos de espelhos. Ao mesmo tempo, Borges também abordou a cultura dos Pampas argentinos, em contos como «O morto», "Homem da esquina rosada" e "O sul".
Lidou com campanhas militares históricas, como a guerra argentina contra os índios, trata-as, porém, como pano de fundo para criações fictícias, como em «História do Guerreiro e da Cativa». E rende homenagem à literatura de seu país em contos em que se apropria do mitológico «Martín Fierro: «Biografia de Tadeo Isidoro Cruz» (1829-1874) e "O fim".
Os seus contos mais conhecidos: «A Biblioteca de Babel», «O Jardim de Veredas que se Bifurcam», "Pierre Menard, autor do Quixote" (para muitos a pedra angular de sua literatura), «Funes», «O Memorioso», todos do livro Ficções (1944); "O Zahir", "A escrita do Deus" e «O Aleph» (que dá nome ao livro).
A partir da década de 50, afectado pela progressiva cegueira, Borges passou a dedicar-se à poesia, produzindo obras notáveis como "A cifra", "Atlas" (um esboço de geografia fantástica) e "Os conjurados", que foi a sua última obra. Também produziu prosa: "Outras inquisições", «Ensaios» e "O livro de areia". O conto "Tlön, Uqbar, Orbius Tertius" trata justamente de uma enciclopédia forjada por uma sociedade secreta ao longo de gerações, que visa inventar (como lembra o próprio Borges, "inventar" e "descobrir" são sinónimos em latim) todo um planeta imaginário, com seus idiomas, a sua física, a sua política, as suas ciências, as suas culturas. No fim do conto, sendo "acidentalmente" descoberta essa enciclopédia, Tlön (o planeta imaginário) passa a dominar, paulatinamente, todos os interesses terrenos...

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