«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

HAROLD PINTER (1930-2008) [O HUMANISTA]


Harold Pinter (Londres, 10 de Outubro de 1930 - 24 de dezembro de 2008) foi actor, director, poeta, roteirista, e certamente um dos grandes dramaturgos do século XX,além de destacado e incómodo activista político britânico. Foi um dos grandes representantes do teatro do absurdo, junto com Samuel Beckett e Eugène Ionesco. Em 2005, recebeu o prémio Nobel de Literatura e o prémio Companion of Honour da Rainha da Inglaterra pelos serviços prestados à literatura.

Nascido no seio de uma família judaica, com ascendência sefardita portuguesa, por parte de pai. Seu sobrenome Pinter, como ele próprio lembra, é uma adaptação ao inglês do sobrenome "Pinto". Nasceu num subúrbio pobre de Londres, ao norte do Rio Tamisa, onde fez seus primeiros estudos. Começou em meados da década de 1950 sua carreira teatral. A sua primeira obra importante foi, Festa de Aniversário ((The Birthday Party), um fracasso na estreia mas um êxito na remontagem, depois de ter sido apresentada na televisão. É um dos mais importantes renovadores do teatro moderno e as suas peças tem um estilo característico, a que se deu o nome de pinteresco. Nelas são criadas situações em que personagens normais, com as suas vidas quotidianas, são colocadas repentinamente frente ao inesperado. Traição, por exemplo, é uma peça que discorre de forma convencional sobre a vida de um casal e a sua separação, depois da aventura da esposa com seu amante. Entretanto ela é apresentada ao reverso, em cenas que acontecem de trás para diante; uma das cenas iniciais é um encontro num bar do amante com o marido traído, depois da separação. Pinter escreveu 29 peças, entre as mais reconhecidas estão: Festa de Aniversário (The Birthday Party), O Porteiro (The Caretaker), Traição (Betrayal), Volta ao Lar (Homecoming), todas adaptadas ao cinema. Entre seus roteiros para cinema mais reconhecidos está, A Mulher do Tenente Francês (The French Lieutenant's Woman). Em outubro de 2006 foi aclamado pela sua participação como actor na produção de, A Última Gravação (Krapp's Last Tape) como parte da comemoração dos 100 anos do nascimento de seu autor Samuel Beckett e dos 50 anos do Royal Court Theatre.

Bastante controverso politicamente, foi um forte opositor às políticas belicistas do final do século XX, opôs-se radicalmente à invasão do Iraque em 2003, contestando assim as políticas de George Bush e Tony Blair. Entre outras polémicas, Pinter profere uma palestra na Conferência pela Paz nos Bálcãs, em 10 de Junho de 2000, contra o bombardeamento de civis pela OTAN, na Sérvia. Em 2001, Pinter incorporou-se ao Comitê Internacional na Defesa de Slobodan Milošević, o qual solicitava um julgamento justo e a sua libertação. Pinter considera Slobodan Milošević, como uma figura digna e um "herói nacional" da Sérvia.

Prosa: Kullus, The Dwarfs, Latest Reports from the Stock Exchange, The Black and White, The Examination, Tea Party, The Coast, Problem, Lola, Short Story, Girls, Sorry About This, God's District, Tess, Voices in the Tunnel.
Poesia:
War
Teatro: The room, The birthday party, The dumb waiter, The caretaker, A slight ache, The homecoming, Md Times, No Maris land.
Em 13 de Outubro de 2005 a Academia Sueca atribuiu-lhe o Prêmio Nobel da Literatura.

A obtenção do Prémio Nobel suscitou polémica, pelas posições veementes do dramaturgo contra a participação britânica na Guerra do Iraque. No pensamento dos críticos, o Prémio devia-se mais às suas posições políticas pacifistas do que ao valor literário da sua obra, o que certamente seria contestado por grande parte da crítica mundial, que o considera um dos grandes autores do século xx.

O meu conhecimento da sua obra foi através dos filmes, para os quais foi guionista ou que adaptaram as suas obras.



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