«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 20 de dezembro de 2008

ERICO VERÍSSIMO (1905-1975)


Filho de uma família abastada que ficou arruinada, não chegou a completar os estudos secundários, devido à necessidade de trabalhar.
Estabeleceu-se com uma farmácia em Cruz Alta, mas não foi bem sucedido. Mudou-se então para Porto Alegre, disposto a viver de seus escritos e na capital gaúcha passou a conviver com, Mário Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e outros. No ano seguinte foi contratado para ocupar o cargo de secretário de redacção da Revista do Globo, da qual se tornaria editor a partir de 1933. Assumiu, também, todo o projecto editorial da Editora Globo, projectando-a nacionalmente.
Publicou a sua primeira obra, Fantoches, em 1932, uma sequência de contos, na sua maioria na forma de pequenas peças de teatro. No ano seguinte obteve o seu primeiro sucesso, com o romance, Clarissa.
Casou com Mafalda Volpe e teve dois filhos, Luís Fernando Veríssimo, também escritor, e Clarissa.
Em 1936, no ano do nascimento de Luís Fernando, Érico Veríssimo publicou, Olhai os Lírios do Campo, a sua primeira obra de repercussão nacional e internacional. Em 1943 mudou-se com a família para os Estados Unidos, onde ministrou aulas de Literatura Brasileira. Entre 1953 e 1956 foi director do Departamento de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos. Dessas viagens e da permanência nos Estados Unidos resultaram dois livros: Gato preto em campo de neve, e A volta do gato preto
.
É considerada como a sua obra-prima a trilogia histórica
O Tempo e o Vento (1949-1961), da qual saíram alguns personagens primordiais e bastante populares entre seus leitores, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo.
Em 1965 publicou o romance, O Senhor Embaixador, no qual reflectia sobre os descaminhos da América Latina.
No romance, Incidente em Antares, traça um apanhado da história do Brasil desde os primeiros tempos e envereda pelo fantástico, com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros, na fictícia cidade de Antares.
O enfarte que o vitimou em 1975, impediu-o de completar o segundo volume de sua autobiografia, Solo de Clarinete, programada para ser uma trilogia, além de um romance que se chamaria A hora do sétimo anjo.

Por ocasião de seu falecimento Carlos Drummond de Andrade publicou o seguinte poema:
A falta de Erico Veríssimo

Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina eléctrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!a clarear o mundo.
Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarinete.

Os livros de Erico Veríssimo foram traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e checo.
Erico Veríssimo escreveu: Romances, Contos,Novelas, Literatura Infantil, Narrativas de Viagem, Autobiografias, Ensaio, Biografia e Tradução.Deste escritor li: Clarissa – Música ao longe – Um lugar ao sol – Olhai os lírios do campo – Saga – O resto é silêncio– O Senhor Embaixador.

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