«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

EUGENE O'NEIL (1888-1953)



Dramaturgo norte americano. Prémio Nobel de Literatura e quatro vezes vencedor do Prémio Pulitzer, a última vez póstumamente.
O’Neil introduziu nas suas peças um realismo dramático, que já tinha sido iniciado, por Anton Tchekov, Henrik Ibsen e August Strindberg. As suas personagens vivem nas margens da sociedade, lutando para manter as suas esperanças e aspirações, mas acabando desiludidas e desesperadas.

O seu pai era actor de teatro, mas tinha crescido na miseria absoluta, a sua mãe, era uma filha dedicada e frágil de um pai rico, que morreu quando ela tinha 17 anos. Eugene nasceu num quarto de hotel da Broadway, em Nova Iorque, mas a sua infancia ficou ligada a Connecticut. A sua familia tinha uma propriedade nessa cidade. Devido à profissão do seu pai, a sua vida passava-se entre teatros e hoteis, de uma terra para a outra. Com 7 anos foi para um internato católico e encontrou como único consolo a leitura. Estudou depois na Universidade de Princeton e teve simultaneamente muitos empregos precários. Depois o pai mudou-se para as Honduras, na corrida ao ouro e a seguir para Buenos Aires. Teve uma depressão, que o levou ao alcoolismo. Os seus país e o seu irmão Jaime, devido ao alcóol, morreram todos num prazo de três anos. Eugene, para se evadir dessa triste realidade dedicou-se à escrita.
Eugene ligou-se a uma companhia de teatro de amadores, que representaram algumas das suas primeiras peças e obteteve um emprego no, New London Telegraph de Connecticut. Decidiu dedicar-se a escrever peças de teatro a tempo inteiro, depois da sua experiencia em Gaylord Farms Sanatorium, onde entrou por ter contraído a tuberculose. Durante os anos 1900, O'Neill frequentou a vida literaria em Greenwich Village, onde se reunia com muitos amigos radicais, entre eles John Reed, fundador do Partido Comunista dos Estados Unidos. O'Neill também manteve nessa época um romance com a esposa de Reed, a escritora Louise Bryant. (O'Neill foi interpretado por Jack Nicholson, no filme de 1981, Reds, sobre a vida de John Reed, onde representa o anticomunismo e a sobriedade). Em 1914 começou a estudar arte dramática em Harvard.
A primeira representação de uma obra de O'Neill, Beyond the Horizon , na Broadway en 1920, foi um êxito absoluto e ganhou o Premio Pulitzer. As suas obras mais conhecidas são: Desire under the Elms, Strnge Interkude (segundo Pulitzer), Mourning Becomes Electra , (Influência do drama grego), The Great God Brown , (confronto entre um poeta e um racionalista), e a sua única comédia Terras Virgens , uma melancólica reescrita da infancia, que gostaria de ter tido. Em 1936, obteve o Premio Nobel de Literatura. Depois de uma pausa de quase uma década, escreveu, The Iceman Cometh, em 1946. No ano seguinte, A Moon for the Misbegotten , que foi um fracasso. Só foi considerada a melhor das suas obras, dez anos depois.
O'Neill, casou-se várias vezes, a sua dedicação à escrita, provocava detioração nas suas relações. Em 1943 O'Neill desautorizou a sua filha Oona, fruto do seu segundo casamento, por ter casado, com Charles Chaplin, porque ela tinha 17 anos e ele 54. Nunca mais a quis ver. Apesar da diferença de idade Oona e Chaplin, tiveram oito filhos. As suas relações com dois dos seus filhos também não foram boas, tanto Eugene O'Neill Jr., como Shane O'Neill, se suicidaram. O’Neil sofreu de vários problemas de saúde (entre eles o alcoolismo) e nos últimos anos contraíu a doença de Parkinson, que lhe provocava tremores nas mãos e o impediu de escrever, nos últimos dez anos da sua vida. Tentou ditar, mas não resultava. O'Neill morreu num estado avançado da doença de Parkinson, num quarto do hotel Sheraton em Boston, com 65 anos.
Apesar de ter dado instruções para que as suas obras só fossem publicadas 25 anos depois da sua morte, tal não aconteceu, foi publicada a sua obra autobiográfica, Longday's Journey info Wight , sobre um dia dia da vida de uma familia problemática. Esta obra foi logo aclamada pela crítica e hoje é considerada a sua obra prima. Outras obras publicadas póstumamente foram: A Touch of the Poet e More Stately Mansions. Com parte do dinheiro gerado por essas obras e seguindo instruções testamentárias foi instituído o Premio O’Neill, que é dado todos os anos pelo Teatro Real Dramático (conhecidocido como Dramaten) da Suecia, O’Neil queria desta forma, agradecer ter sido premiado com o Prémio Nobel.

Sem comentários: