«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 24 de março de 2009

OSCAR WILDE (1854-1900)


Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, nasceu em Dublin. A sua família era protestante, estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalene College de Oxford. Aí ganhou o prémio "Newdigate" com o poema "Ravenna".
Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas suas atitudes extravagantes.
Foi convidado para ir aos Estados Unidos, para dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial.
A seguir, foi para Paris e entrou no mundo literário local, que o levou a abandonar seu movimento estético. Voltou para a Inglaterra e casou-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin e foi morar para Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895.
O sucesso iniciou-se em 1892, com uma série de bem sucedidas comédias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O Leque de Lady Windernere, Uma mulher sem importância, Um marido ideal e A importância de se Chamar Ernesto.
Publicou contos infantis, como, O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa (para os seus filhos). O seu único romance foi O retrato de Dorian Gray.
A situação financeira de Wilde começou a melhorar cada vez mais e com ela, conquistou uma fama cada vez maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida cada vez mais mundana. As atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas.
Em 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por «cometer actos imorais com diversos rapazes». Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro, De Profundis, acusando-o de o ter arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, amante de Wilde. O pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, levou Oscar Wilde a tribunal.
A imaginação, como fruto do amor é uma das armas que Wilde utilizou para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Bosie, ele ainda alimentava o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde.
Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. No presídio, o autor de Salomé, produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A Alma do Homem sob o Socialismo e a célebre Balada do cárcere de Reading.
Foi libertado em 1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior era, Robert Ross. Passou a morar em Paris e a usar o pseudónimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples, o escritor morava num lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária era pequena. Devido ao seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-o ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor. Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) em 1900. Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux fora de Paris, porém mais tarde foi para o Cemitério de Père Lachaise em Paris. A sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor Sir Jacob Epstein, paga por Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para si próprio.
A OBRA - Wilde foi versátil, escrevendo vários géneros literários (romance, contos, contos infantis, teatro e poesia), embora seja pouco conhecido em alguns destes géneros. No seu único romance, O RETRATO DE DORIAN GRAY, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas. Aliás, é considerado por muitos dos seus leitores, como uma obra-prima, sendo rica em diálogos. Já nas novelas, como na maioria de todos seus escritos, Wilde criticava o patriotismo da sociedade. Nos seus contos infantis tratou da criança que vive em cada um de nós, com lições de moral, na mais bela e pura forma e com linguagem simples. No teatro, escreveu nove dramas, que fizeram sucesso na época.Wilde escreveu poesia, para ampliar a sensibilidade para as artes, embora não seja muito conhecido nesse campo. Destacam-se os livros: Rosa Mystica, Flores de Ouro.
[Uma personalidade nas letras e uma «personagem» na vida, tive pena de quando estive em Dublin, não ter ido visitar o seu museu]

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