«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

domingo, 29 de março de 2009

RENATA TEBALDI (1922-2004)

Renata Tebaldi, foi criada pela mãe, o pai era um pai ausente. Muito cedo, interessou-se pelo canto e entrou no Conservatório Arrigo Boito. Estudou também com a soprano da Escola Verista, Carmen Melis. Em 1944, estreou-se como Elena, em Mefistofele, de Arrigo Boito. No ano seguinte interpretou dois papeis importantes: Mimì, de La Bohème, e Desdêmona, de Otello. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Teatro alla Scala foi reaberto, e ela foi convidada por Arturo Toscanini, para cantar no concerto de abertura a preghiera (pregação) de Mosè in Egitto, de Rossini, e o Te Deum, de Verdi. A reputação de Renata Tebaldi cresceu rapidamente, e logo se tornou a maior promessa do canto na Itália. Foi nessa ocasião que surgiu o famoso apelido, La Voce d'Angelo (a voz de anjo), pelo qual Tebaldi se tornou conhecida até hoje.
Depois de ter cantado no La Scala, Tebaldi interpretou os mais variados papeis, das mais variadas óperas: Andrea Chènier, Aida, Tosca e La Traviata, além de algumas óperas wagnerianos (em italiano): Lohengrin, Os Mestres Cantores de Nuremberg, Tannhäuser. Entre 1951 e 1952, Tebaldi também resgatou algumas óperas do Bel Canto: O Sítio de Corinto e Guillerme Tell, ambas de Rossini; Olimpia e Fernand Cortez, de Spontini.
Em 1950, Tebaldi viajou com a companhia do La Scala, para cantar no Festival de Edimburgo e no famoso Covent Garden, em Londres e impressionou as plateias, com sua Desdêmona e sua interpretação no Requiem de Giuseppe Verdi. No mesmo ano, Tebaldi teve grande sucesso em San Francisco, onde cantou Desdêmona e Aida. A partir de então, a sua fama internacional alastrou-se rapidamente e ela tornou-se uma das maiores divas da nova geração.
O apogeu da carreira de Tebaldi deu-se nos anos 50 e 60. Nesse período, não só ficou famosa pelo seu timbre único e pela sua mestria nos papéis verdianos e veristas, como ficou conhecida pela rivalidade existente entre ela e Callas, Renata foi a segunda melhor soprano de todos os tempos, atrás apenas de Maria Callas.
Durante seu período de estrelato, Tebaldi teve papéis como, Leonora (La Forza del Destino), Cio-Cio-San (Madama Butterfly), Adriana Lecouvreur, (Tosca), La Wally, (Manon Lescaut) e Maddalena (Andrea Chènier). Em 1955, cantou no Metropolitan Opera, de Nova York e desde então tornou-se uma das mais ouvidas e amadas sopranos do teatro.
Em 1963, Renata Tebaldi teve que parar durante um tempo para descansar e reeducar novamente a sua voz. Voltou em 1964, com uma voz mais segura e de grande beleza, embora tenha adquirido um relativo peso, que antes não tinha e os seus agudos tenham adquirido uma qualidade relativamente estridente. No entanto, continuou a cantar com mestria total muitos de seus papéis anteriores. Devido às suas novas condições vocais, pôde adicionar ao seu repertório o dramático papel de La Gioconda, da ópera homónima de Almicare Ponchielli, com o qual obteve o maior sucesso da temporada de abertura do novo Metropolitan Opera House. Nessa nova fase da carreira, Tebaldi praticamente abandonou a Europa e passou a apresentar-se na América do Norte.
Renata Tebaldi fez sua última aparição no Metropolitan Opera em 1972. Em 1973 voltou A Itália e continuou a cantar até 1976, quando se despediu do La Scala para sempre. Após o fim da carreira, Tebaldi auxiliou vários cantores jovens, mas recusou trabalhar oficialmente como professora de canto. Durante as últimas décadas da sua vida, viveu entre Milão e San Marino. Renata Tebaldi recebeu vários prémios durante a sua vida.

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