«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

segunda-feira, 20 de abril de 2009

AMADEO DE SOUSA-CARDOZO (Manhufe-Amarante 1887- Espinho 1918)


Oriundo de família rica. Foi para Coimbra estudar Direito, mas depressa desistiu indo para as Belas Artes em Lisboa. O academismo conservador não lhe agradou e decidiu ir para Paris, instalando-se em Montparnasse, o viveiro dos artistas. As suas primeiras experiências conhecidas, foram desenhos e caricaturas. Depois, dedicou-se à pintura. Poder-se-á dizer que foi um pintor impressionista, expressionista, cubista, futurista, mas sempre recusou qualquer rótulo. Apesar das múltiplas influências, procurava a originalidade e a criatividade na sua obra. Frequentou ateliers preparatórios para a Academia das Beaux-Arts e a Academia Viti, mas não chegou a ser admitido. Esteve alguns meses em Bruxelas e depois expôs trabalhos no Salon des Indépendants, em Paris, aproximando-se progressivamente das vanguardas e de artistas como Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi, Alexander Archipenko, Juan Gris e Robert Delaunay. Depois de participar com oito trabalhos numa exposição realizada no Armory Show (Estados Unidos da América), voltou a Portugal, onde teve a ousadia de fazer duas exposições, respectivamente no Porto e em Lisboa. Nesse ano, participou ainda no Herbstsalon da Galeria Der Sturm, em Berlim. Em 1914, encontrou-se em Barcelona com Antoni Gaudí e partiu para Madrid, onde foi surpreendido pelo início da I Guerra Mundial. Regressou a Portugal e iniciou uma meteórica carreira na experimentação de novas formas de expressão. Em 1916, expôs no Porto, sob o título "Abstraccionismo", 114 obras, que foram também expostas em Lisboa, num e noutro caso com novidade e algum escândalo.
O cubismo em expansão por toda a Europa foi uma influência marcante no seu cubismo analítico.Amadeo de Souza-Cardoso explorou o expressionismo e nos seus últimos trabalhos, experimentou novas formas e técnicas, como as colagens e outras formas de expressão plástica.
Em 1918, com 31 anos de idade, morreu prematuramente em Espinho, o percursor da arte moderna, vítima da "pneumónica" que grassava em Portugal. Teve uma vida curta, mas a sua obra tornou-se imortal.

Sem comentários: