«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 30 de abril de 2009

LUÍSA TODI [LUÍSA ROSA DE AGUIAR] (1753-1833)


Foi a meio-soprano portuguesa, mais célebre de todos os tempos. Nasceu em Setúbal, filha de um professor de música e instrumentista. Em 1765 a família, foi para Lisboa. Luísa começou no teatro musical aos catorze anos, mais exactamente no Teatro do Bairro Alto. Com outra irmã cantou óperas cómicas. Depois casou, em 1769 com o violinista napolitano e seu grande admirador, Francesco Saverio Todi, que lhe deu o apelido. Por sugestão do marido, foi aprender canto com o compositor David Perez, muito conceituado e mestre de capela da corte portuguesa. Ao marido deveu o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levariam a todas as cortes da Europa. Estreou-se em 1771 na corte portuguesa de D. Maria I e cantou no Porto entre 1772 e 1777 e neste ano partiu para Londres, para actuar no King's Theatre. Em 1778 foi para Paris. Em 1780 foi aclamada em Turim, tendo assinado um contrato como prima-dona e em 1780 era já considerada pela crítica, como uma das melhores vozes de sempre. Brilhou na Áustria, na Alemanha e na Rússia. Veio a Portugal em 1783, para cantar na corte portuguesa. Regressou a Paris e depois foi convidada, por Catarina II da Rússia e partiu com o marido e os filhos para São Petersburgo (1784 – 1788). A Imperatriz, presenteou-a com jóias fabulosas. Berlim aplaudiu-a quando ia a caminho da Rússia e no regresso, Luísa Todi foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe deu aposentos no palácio real, carruagem e os seus próprios cozinheiros, sem falar do principesco contrato, tendo ali permanecido de 1787 a 1789. Cantou em diversas cidades alemãs, como Mainz, Hanôver e Bona, onde Beethoven a terá ouvido. Cantou ainda em Veneza, Génova, Pádua, Bérgamo e Turim. De 1792 a 1796 encantou os madrilenos. Em 1793 regressou à corte de Lisboa, por ocasião do baptizado de mais uma filha do herdeiro do trono, futuro D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. A cantora precisou de uma autorização especial, para cantar em público, porque nessa altura estava proibido às mulheres cantarem em público, numa corte pouco esclarecida como a de D. Maria I. Luísa Todi tinha a capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em francês, inglês, italiano e alemão. Em 1799 terminou a sua carreira em Nápoles. Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801, cidade onde ficou a viver. Luísa Todi enviuvou em 1803 e depois perdeu as suas famosas jóias, no trágico acidente da Ponte das Barcas, quando os exércitos de Napoleão, em 1809 invadiram a cidade. Viveu em Lisboa de 1811 até ao final da vida, consta que com algumas dificuldades e cega.

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