«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 23 de abril de 2009

MENEZ (1926-1995)





Menez (Maria Inês Ribeiro da Fonseca)
Teve uma infância cosmopolita, seguindo as colocações do padrasto, o diplomata Jorge Rodrigues dos Santos, conheceu Buenos Aires, Estocolmo, Paris, Suíça e Roma.Em 1946, casou com Ruy Leitão, e mudou-se para Washington, onde residiu até 1949. Teve três filhos.
Menez nunca frequentou qualquer escola de arte, tendo começado a pintar por iniciativa própria aos 26 anos. O escritor Ruben A., que era seu amigo, apresentou-a em 1954 a José-Augusto França, que dirigia nessa época uma Galeria, onde realizou a sua primeira exposição individual, de óleos e guaches.
A crítica de então referia-se ao seu expressionismo lírico e abstracto de influência francesa e atribuía a Menez a autoria fundadora desta tendência em Portugal (José-Augusto França).
As obras desta época afirmavam-se por um sentido agudo da luz e da cor, em composições abstractas onde as vagas geometrias introduziam um ritmo exclusivamente plástico na abstracção. A influência de Vieira da Silva, marcante para a geração de Menez, era evidente nestas primeiras obras, mas também as de Bonnard, Rothko e Matisse.
Em 1960, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Londres, e também entre 1965 e 1969, altura em que se tornou amiga de Paula Rego e do marido, de Patrick Caulfield, Hélder Macedo, Mário Cesariny e de João Vieira.
Expôs na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), ganhando o 2.º Prémio de Pintura.

1976 e 1977 foram anos violentos de luto para Menez, que perdeu os dois filhos mais velhos, sucessivamente.
Em 1990 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa.
Menez foi convidada para realizar os painéis de azulejos, para a estação do Metropolitano de Lisboa - Rotunda. Os painéis retomaram a antiga monocromia oitocentista do azul e branco, com cenas relacionadas com a vida do Marquês de Pombal e alguns acontecimentos e personagens marcantes do seu tempo.
A morte do terceiro filho, em 1991, aliada a todos os factos dramáticos já ocorridos, fizeram esvair progressivamente a sua saúde. A sua morte ocorreu em 1995.

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