«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 18 de abril de 2009

NICOLAI GOGOL (1809-1852)


Nikolai Vasilievich Gogol, foi um escritor russo de origem ucraniana. O pai era um oficial cossaco e desenvolveu em Nikolai o gosto pela literatura e a mãe transmitiu-lhe a fé, facto que provocou um misticismo doentio, nos últimos tempos de vida de Nikolai.
Estudou e deixou a Ucrânia, para ir trabalhar para São Petersburgo e as saudades despertaram-lhe a escrita, mas foi a amizade com Alexander Pushkin, que lhe abriu o caminho para as letras e o inspirou a escrever, O Capote, cujo herói, Akaki Akakievitch, tornou-se o arquétipo do pequeno funcionário russo.
Gogol, depois conseguiu uma cadeira de professor de História e publicou muitas novelas. Pediu a Pushkin enredo para uma comédia, e este passou horas detalhando uma deliciosa ficção, ironizando a forma pela qual o governo czarista, fiscalizava a cobrança de tributos. Esta foi a ideia básica da peça teatral, O Inspector Geral. Pushkin utilizou os contactos com a família real, para a representação da peça, que foi aplaudida pelos liberais e atacada pelos reaccionários.
Gogol sentiu-se incompreendido, tanto por aqueles que o apoiavam, como por aqueles que o criticavam, pois todos pensavam, que ele era um militante, quando a sua intenção era denunciar os vícios e os abusos. Decidiu ir viajar.
A morte de Pushkin num duelo, abalou profundamente Gogol. "Agora tenho a obrigação de concluir a obra cuja ideia era do meu amigo". Referia-se, naturalmente, ao texto "Almas Mortas", do qual a censura não gostou. O romance é uma descrição sem concessões da Rússia profunda, uma sátira, às vezes impiedosa.
As viagens recomeçaram: Itália, França, Alemanha e uma peregrinação a Jerusalém. Pouco a pouco a sua saúde degradou-se e o seu sentimento religioso tornou-o cada vez mais místico.
De volta a Moscovo, redigiu a segunda parte de Almas Mortas. Mas o seu estado físico e psíquico degradava-se sem cessar. Num momento de delírio, queimou na lareira do seu quarto, todos os manuscritos inéditos - inclusive o fim da segunda parte de Almas Mortas. Gogol morreu em 1952. Obteve, após a morte, cerimónias e reconhecimento únicos.

Sem comentários: