«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sábado, 4 de abril de 2009

BERTOLT BRECHT (1898-1956


Foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Os seus trabalhos artísticos e teóricos, influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido. No final dos anos 1920, Brecht tornou-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu 'teatro épico', influenciado pelo teatro experimental da Rússia soviética. Brecht explorava o teatro, como um fórum de discussões, das complicadas relações humanas dentro do sistema capitalista, criando a sua versão de um drama épico, na perspectiva de uma estética marxista.
Eugen Berthold Friedrich Brecht, nasceu na Baviera, estudou Medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique, durante a Primeira Guerra Mundial. Filho da burguesia, sofreu, como todos, a sensação de desolamento, de um país completamente destruído pela guerra. Depois da guerra, mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, lhe chamou a atenção, para a apetência do público pelo teatro moderno. Já em Munique, as suas primeiras peças (Baal e Tambores na Noite) foram levadas ao palco. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, tornou-se o seu primeiro sucesso.
O totalitarismo afirmava-se como a força renovadora, que não só iria reerguer o país, como se outorgava da missão de reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética. É a este último grupo que Brecht se uniu, na ânsia de debelar o seu desespero existencial. No entanto, depois de Hitler ter sido eleito em 1933, Brecht não estava totalmente seguro na Alemanha Nazista, exilando-se na Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prémio Lenine da Paz em 1954.
Relativamente à sua obra, as suas principais influências foram Constantin Stanislavski, Vsevolod Emilevitch Meyerhold e Erwin Piscator.
Algumas de suas principais obras são: Um Homem É um Homem, em que cresce a ideia do homem como um ser transformável, Mãe Coragem e Seus Filhos, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial e A Vida de Galileu, drama biográfico, com o qual Brecht, encontra definitivamente o caminho do teatro dialéctico. Além dessas, escreveu muitas outras. Brecht foi o responsável por aprofundar o método de interpretação do teatro épico, uma das grandes teorias de interpretação do século XX. Algumas das inovações propostas por Brecht, são similares às propostas por importantes artistas modernistas no teatro ou em outras artes. Destacam-se entre eles: a dramaturgia de Frank Wedekind, influência reconhecida pelo próprio Brecht, o romance Ulysses de James Joyce, as propostas cubo-futuristas ou construtivistas no cinema de Sergei Eisenstein, os procedimentos de colagem nos trabalhos de Picasso.
Fui há poucos dias ver uma das suas primeiras peças: Os Tambores da Noite e já tinha visto A Ópera dos Três Vinténs, Cabaret Voltaire, Mãe Coragem e os seus Filhos, Os Fuzis da Senhora Carrar, Schweik na Segunda Guerra Mundial e A Boa Alma de Se-Chuão, isto dentro das muitas peças que escreveu.
Relativamente à sua poesia vi um espectáculo intitulado, O Lírio do Inferno, com poemas musicados por Kurt Weil.

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