«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

terça-feira, 5 de maio de 2009

PATRICIA HIGHSMITH (1921-1995)


Nasceu em Fort Worth, Texas, com o nome de Mary Patricia Plangman. Os seus pais divorciaram-se, cinco meses antes de nascer e só conheceu o pai aos 12 anos. Com a mãe foi viver para Greenwich Village, em Nova Iorque. Inicialmente foi criada pela sua avó materna, depois a sua mãe casou com Stanley Highsmith, que Patricia adoptou como apelido. O relacionamento com a sua mãe e o seu padrasto foi intenso e complicado. A sua mãe tinha-lhe dito que tinha tomado aguarraz para abortar e Patricia nunca superou a relação de amor e ódio com a mãe. A sua vocação para a escrita chegou cedo, era uma leitora voraz e preocupava-a essencialmente questões relacionadas com a culpa, a mentira e o crime, que mais tarde serão temas centrais nas suas obras. Foi influenciada aos oito anos por Karl Menninger e o seu livro, A Mente Humana, que narrava casos de doentes mentais e a análise pelo autor de condutas anormais. Começou a escrever a partir dos 16 anos, até à sua morte. Licenciou-se no Barnard College, em literatura inglesa, latim e grego. Nessa época descobriu a sua homossexualidade.
Só publicou o seu primeiro conto, com 24 anos na revista, Harper´s Bazaar. Depois publicou o seu primeiro romance, Estranhos num Trem, que foi adaptado ao cinema por Alfred Hitchcock.
Em 1963 deixou os Estados Unidos para sempre e radicou-se na Europa, o pessimismo das suas histórias e a crueldade materialista da sua análise ética, não agradavam aos americanos, assim como as suas ideias comunistas. Viveu em Inglaterra, França e depois na Suíça, onde morreu.
Na biografia, Beautiful Shadow, é referido que a sua vida pessoal foi problemática. Era alcoólica, nunca teve uma relação durável e era vista como uma misantropa. Preferia a companhia dos animais, do que das pessoas.
A sua obra é vasta, escreveu romances, contos, ensaios e outros textos e deixou muito material inédito. As suas personagens são bem caracterizadas, perto da psicopatia, movendo-se entre o bem e o mal. A visão da realidade do que escreveu é depressiva, pessimista e sombria, assim como o seu conceito sobre as pessoas. Chegou a escrever sobre a homossexualidade, o romance Carol, que os editores não aceitaram pela temática lésbica, acabou depois por ser publicada com o pseudónimo de Claire Morgan e vendeu cerca de um milhão de exemplares. Depois publicou, Small g, Um Idílio de Verão, onde a temática homossexual volta a aparecer, com a apresentação de uma série de relações equivocadas. O estilo de Highsmith, é seco e as personagens que mais lhe agradam são os marginais: ela procura a polémica e tem atracção pela ambiguidade moral.
Tom Ripley, foi uma das personagens famosas dos seus romances policiais, a quem dedicou um ciclo de romances, nem é detective, nem policia, tem uma perspicácia especial, não se submete à moral estabelecida e tem os seus próprios valores. Teve varias adaptações ao cinema.
Highsmith foi aclamada pela crítica, como uma das melhores escritoras da sua geração e teve o reconhecimento internacional. Desta escritora, como não gosto de policiais só li: O DIÁRIO DE EDITH.

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