«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

segunda-feira, 11 de maio de 2009

JÚLIO DINIS (1839-1871)

Joaquim Guilherme Gomes Coelho, que no período mais brilhante da sua carreira literária usou o pseudónimo de Júlio Dinis, nasceu e morreu no Porto. Júlio Dinis era filho de José Joaquim Gomes Coelho, cirurgião, natural de Ovar, e de D. Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho, de ascendência anglo-irlandesa, e vitimada pela tuberculose, quando Júlio Dinis contava apenas seis anos de idade.
Frequentou a escola primária em Miragaia. Aos catorze anos de idade, concluiu o curso preparatório do liceu e matriculou-se na Escola Politécnica, transitando depois para a Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Mais tarde, foi incluído como demonstrador e professor substituto no corpo docente desta Escola.
Já então sofria de tuberculose, mas esperançado em encontrar cura no ambiente mais salutar da província, transferiu-se temporariamente para Ovar. E foi ainda esperançado numa cura de ares, que esteve duas vezes na ilha da Madeira, além de outras peregrinações que terá feito no país.
Simplesmente, o mal de Júlio Dinis não tinha cura. E com trinta e dois anos, morreu aquele que foi o mais «suave e terno romancista, cronista de afectos puros, paixões simples, prosa limpa». Essa terrível doença, que já havia vitimado a mãe, foi a causa da morte de todos os seus oito irmãos.
O romance «As Pupilas do Senhor Reitor» foi publicado em 1869, tendo sido representado e cinematizado. Um ano antes, tinha sido dado a público «Uma Família Inglesa» e, em 1870, veio a público «Serões da Província».
No ano do seu falecimento, 1871, publicou-se o romance «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Só depois da sua morte foram publicados «Inéditos» e «Esparsos», em dois volumes, assim como as suas «Poesias».
Foi o criador do romance campesino e as suas personagens, tiradas, na sua maioria, de pessoas com quem viveu ou contactou na vida real, estão imbuídas de tanta naturalidade que muitas delas nos são ainda hoje familiares. Júlio Dinis viu sempre o mundo pelo prisma da fraternidade, do optimismo, dos sentimentos sadios do amor e da esperança. [NUMA ALTURA EM QUE CERTOS LIVROS NÃO ERAM ACONSELHADOS AOS JOVENS, OS ROMANCES DE JÚLIO DINIS, FAZIAM PARTE DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA].Quanto à forma, é considerado um escritor de transição entre o romantismo e o realismo.
Adaptações Cinematográficas:
1921 - Os Fidalgos da Casa Mourisca - Realizado por Georges Pallu
1924 – As Pupilas do Senhor Reitor – Realizado por Maurice Mauriad
1935 – As Pupilas do Senhor Reitor – Realizado por Leitão de Barros
1938 - Os Fidalgos da Casa Mourisca - Realizado por Arthur Duarte
1949 - A Morgadinha dos Canaviais - Realizado por Caeltano Bonucci e Amadeu Ferrari
1961 – As Pupilas do Senhor Reitor – Realizado por Perdigão Queiroga
Adaptações Televisivas:
Existem duas adaptações brasileiras para telenovela d'
As Pupilas do Senhor
Reitor (1970 e 1995).
Os Fidalgos da Casa Mourisca, adaptado para a televisão brasileira em 1972.
A Morgadinha dos Canaviais, adaptado para uma mini-série da RTP em 1990.
Homenagens: 71 localidades de Portugal possuem uma artéria com o nome de Júlio Dinis e no Porto, existe a Maternidade de Júlio Dinis.

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