segunda-feira, 18 de maio de 2009
FERNANDO ASSIS PACHECO (1937 - 1995)
Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco, licenciado em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar. Seu pai era médico, filho de um roceiro de São Tomé e a mãe era de descendência galega. Enquanto jovem, foi actor de teatro e redactor da revista Vértice.
Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, não obstante se encontrar, na altura, em África, a cumprir o serviço militar. Cuidar dos Vivos é o título do livro de estreia - poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se em Câu Kiên: Um Resumo, ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que conheceria depois a sua versão definitiva: Katalabanza, Kiolo e Volta.
Memória do Contencioso reúne "folhetos" publicados entre 1972 e 1980, e Variações em Sousa, constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica, já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt comprova-o exuberantemente. Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega, aliás sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu livro, Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Em, A Musa Irregular, reuniu toda a sua produção poética.
Nunca conheceu outra profissão, que não fosse o jornalismo e trabalhou em vários jornais: Diário de Lisboa, República, JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto. Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária e colaborador da RTP.
Li o seu livro, TRABALHOS E PAIXÕES DE BENEDITO PRADA, romance que apreciei bastante, para além disso Assis Pacheco foi muito familiar para mim, na época lia frequentemente alguns dos jornais onde participou e a sua presença na televisão era muito regular. Há certas pessoas, em vectores profissionais diferentes, que entram dentro das nossas casas, via quadrado mágico e são como da família.
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