«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sexta-feira, 1 de maio de 2009

FARINELLI [CARLO MARIA BROSCHI] (Andria 1705 - Bolonha 1782)

Farinelli, foi um lendário cantor castrato do século XVIII, o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa, na sua época.

"Castrato" ("castrado"), era o nome pelo qual eram conhecidos os cantores masculinos que, para preservarem na fase adulta, a tessitura vocal da infância (cuja extensão vocal é quase idêntica à tessitura vocal feminina), eram submetidos a uma operação cirúrgica de corte dos canais provenientes dos testículos, a partir da qual a chamada "mudança de voz" não ocorria.
A prática da castração de jovens cantores, teve início no século XVI (tendo surgido a partir da necessidade de vozes agudas nos grupos corais das igrejas da Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Apostólica Romana, não aceitava mulheres no coro de suas igrejas), atingindo o seu auge nos séculos XVII e XVIII. Muitos dos rapazes que eram submetidos à castração eram crianças órfãs ou abandonadas. Algumas famílias pobres, incapazes de criar a sua prole numerosa, entregavam um filho para ser castrado. Em Nápoles, recebiam a sua instrução em conservatórios pertencentes à Igreja, onde leccionavam músicos de renome. Algumas fontes referem que muitas barbearias napolitanas tinham, à entrada, um dístico com a indicação "Qui si castrano ragazzi".
Na segunda metade do século XVIII, com a chegada do verismo à ópera, a popularidade dos castrati entrou em declínio. Durante alguns anos, ainda houve desses cantores em Itália, mas com o decorrer do tempo, esses papéis foram transferidos para contratenores e para sopranos.
Em 1870, o castratismo foi terminantemente proibido na Itália, mas só 1902, o papa Leão XIII, proibiu definitivamente a utilização de castrati, nos coros das igrejas.

Carlo Maria Broschi foi castrado ainda na infância, quando ainda se tratava de um menino.
Sua extensão vocal, como escreveu Johann Joachim Quantz, era de uma voz de soprano ligeiro, completa, rica, luminosa e bem trabalhada, com uma extensão que abrange desde o Lá debaixo do Dó central a Ré três oitavas acima do Dó médio... Sua entoação era pura, seus vibratos maravilhosos, seu controle sobre sua respiração era extraordinário e a sua garganta muito ágil, porque cantou os intervalos mais amplos rapidamente e com a maior facilidade e firmeza. As passagens das obras e todo tipo de melismas não representaram dificuldades para ele. Na invenção das ornamentações livres nos adágios foi muito fértil.

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