«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 7 de maio de 2009

SOEIRO PEREIRA GOMES (1909-1949)


Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaço, concelho de Baião, distrito do Porto e morreu em Lisboa, foi um dos grandes nomes do neo-realismo literário em Portugal.
Militante comunista, desenvolveu uma sensibilidade social muito grande, que se reflectiu no seu trabalho, onde está sempre presente a denúncia das desigualdades e das injustiças. A sede nacional do Partido Comunista Português, em Lisboa, tem o seu nome (Edifício Soeiro Pereira Gomes), assim como a rua onde se situa.

Viveu em Espinho, dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária. Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola e quando finalizou os estudos, viajou para Angola, onde trabalhou um ano.
Quando regressou a Portugal, foi viver para Alhandra, onde vivia o seu sogro e trabalhou como empregado administrativo na fábrica de cimentos local.Desde logo começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.
Tornou-se conhecido pelo seu trabalho como escritor e foi considerado um nome grande do realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, começou a publicar textos no jornal «O Diabo», na época uma publicação progressista, que contrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.
Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola, para trabalhar numa fábrica de tijolos.
Devido à condição de militante comunista, Soeiro passou à clandestinidade em 1945, para evitar a repressão do regime de Salazar e continuou a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com tuberculose, agravada pelas dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico adequado, acabou por morrer. Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a infância. Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio, "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL".
Escreveu:
Esteiros, Engrenagem, Contos Vermelhos (Refúgio Perdido, O Pio dos Mochos, Mais um Herói, Contos e Crónicas (O Capataz, As Crianças da minha Rua, O meu Vizinho do Lado, Pesadelo, Companheiros de um Dia, O Pástiure, Um Conto, Alguém, Breve História de um Sábio, Estrada do meu Destino, Um Caso sem Importância, Última Carta).

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