«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 6 de maio de 2009

VASCO GRANJA (Lisboa 1925 - Cascais 2009)


Vasco de Oliveira Granja, nasceu no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, vindo a falecer em Cascais, na madrugada do dia 4 de Maio de 2009. Depois dos estudos primários passou para a Escola Industrial Machado de Castro, a qual abandonou após uma reprovação na disciplina de álgebra, no quarto ano. Aos 15 anos de idade, empregou-se nos Armazéns do Chiado. Era responsável pelas amostras. Algum tempo mais tarde, foi transferido para o departamento de publicidade, quando notaram que tinha um grande gosto pela leitura. Pintava cartazes com anúncios para as montras.
Como o ordenado não era suficiente, mudou de emprego e foi trabalhar para uma casa de fotografia. Nessa altura, visitava com frequência a Biblioteca Nacional. Interessava-se por museus, pintura e pelo desporto, mas a sua grande paixão desde a infância, foi o cinema.
No decorrer dos anos 50, durante o regime fascista em Portugal, associou-se ao movimento cineclubista. Em Lisboa, participou no aluguer de salas e na projecção de filmes obtidos através das embaixadas, em formato de 16 milímetros. Os filmes tinham sempre que passar pela censura mas apesar disso, conseguiam mostrar filmes do neo-realismo italiano. Em 1952, foi detido pela PIDE, em consequência do dinheiro dos bilhetes dos filmes, se destinar a financiar o movimento de resistência ao regime do Estado Novo. Esteve preso no Aljube durante seis meses. Durante os anos 60, foi novamente detido pela PIDE, devido à sua ligação ao Partido Comunista, mais concretamente à célula comunista dos cineclubes. Esteve preso durante 16 meses, tendo cumprido parte desse tempo em Peniche. Na prisão, foi submetido a várias torturas físicas e psicológicas, como a tortura do sono.
Em 1974, deu início a um novo programa de televisão, denominado "Cinema de Animação", na RTP, que durou 16 anos, com mais de mil programas transmitidos. Nesses programas, dava a conhecer a animação de todo o mundo (LEMBRO-ME MUITO BEM DESSE PROGRAMA, QUE VIA COM FREQUÊNCIA).
Foi membro de júri em vários festivais de animação e criou um curso de cinema de animação, a partir do qual viria a nascer a Associação Portuguesa de Cinema de Animação.

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