«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

APOLO O MAIS BELO DOS DEUSES

Apolo e Dafne - escultura de Bernini

Apolo, filho de Zeus e Leto e irmão gémeo de Ártemis, deusa da caça, era um dos mais importantes e multifacetados deuses do Olimpo. Nas mitologias grega, romana e etrusca, Apolo foi identificado como o deus da luz e do sol, da verdade e da profecia, do pastoreio, do tiro com arco, da beleza, da medicina e da cura, da música, da poesia e das artes.
OS MITOS - Apolo nasceu de um dos amores adulterinos de Zeus. Quando Hera descobriu a gravidez da rival Leto, proibiu-lhe que desse à luz em terra firme, fosse no continente fosse em qualquer ilha e colocou no seu encalço a serpente Píton. Deambulando sem destino, Leto acabou por chegar a Delos, uma ilha flutuante criada por Poseidon e ali deu à luz os seus gémeos, Apolo e Ártemis. Depois do nascimento, Zeus fixou a ilha no fundo do mar, e mais tarde ela foi consagrada a Apolo. (Há, no entanto, outras versões). Seu primeiro amor foi a ninfa Corônis, que lhe deu como filho Asclépio. Tornando-se este um mestre na arte de curar tão poderoso, que podia ressuscitar os mortos, ameaçava com isso o poder soberano de Zeus, ultrajava Temis e roubava súbditos a Hades, pelo que foi morto por um raio de Zeus. Para vingar-se, como não podia voltar-se contra seu pai, Apolo matou os Cíclopes, que haviam forjado os raios, e por isso foi castigado. Deveria ter sido desterrado para o Tártaro, mas graças à interferência de sua mãe o castigo foi comutado em um ano de trabalhos forçados como um mortal, para o rei Admeto. Sendo bem tratado pelo rei durante sua expiação, Apolo ajudou-o a obter Alceste e a ter uma vida mais longa, que a que o destino lhe reservara.
Durante a Guerra de Tróia, Apolo participou ao lado dos troianos, e disseminou a peste entre os gregos, em resposta a um insulto de Agamemnon a Crises, um de seus sacerdotes, cuja filha Criseida havia sido sequestrada. Apolo exigiu sua libertação, provocando a ira de Aquiles. Protegeu Enéias, quando este foi ferido por Diomedes e ajudou Páris a matar Aquiles, que havia morto Troilo, filho do deus com Hécuba.
Apolo teve uma grande descendência, resultado de muitas amantes, como Dafne, Leucoteia, Castália, Sínope, Marpessa, Cassandra, Acanta, etc.
Apolo, foi também o deus grego que manteve as relações homossexuais mais célebres. Todos os seus amantes masculinos, eram mais jovens que ele, como era o hábito entre os gregos.

REPRESENTAÇÃO NA ARTE - A imensa maioria de estátuas e pinturas de Apolo mostram um homem jovem, no auge de sua força e beleza. Muitas vezes está nu, ou veste um manto. Pode trazer uma coroa de louros na cabeça, o arco e flechas, ou uma cítara ou lira nas mãos, ou estar apoiado contra uma árvore. Às vezes a serpente Píton também é representada, ou algum outro de seus animais simbólicos, como o grifo e o corvo. Nas pinturas e mosaicos pode ter uma coroa de raios de luz ou uma auréola.
Foi retratado inúmeras vezes ao longo da história. Das estátuas antigas talvez a mais célebre seja o Apolo Belvedere, de Leocarés. Depois do Renascimento, quando a cultura grega voltou a ser prestigiada, Apolo tornou-se novamente tema comum nas artes plásticas, na música, na literatura e na poesia. O rei francês Luís XIV, tomou-o como modelo de sua própria glória, e imagens de Apolo e do sol, abundam em Versalhes e no Louvre. Foi também fonte inspiradora em tempos mais recentes, destacando-se a obra musical Apollon Musagète, de Igor Stravinsky.




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