«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

FERIT ORHAN PAMUK (ISTAMBUL-1952-)


Ferit Orhan Pamuk (Istambul, 1952), conhecido como Orhan Pamuk - romancista turco galardoado com o Prémio Nobel de Literatura em 2006 (primeiro turco a ganhar o prémio) e professor de literatura da Universidade de Colômbia. Pamuk é um dos mais proeminentes escritores da Turquia, e seus trabalhos foram traduzidos em mais de cinquenta línguas. Ganhou diversos prémios nacionais e internacionais.

Pamuk nasceu em Istambul em 1952 e cresceu numa abastada família burguesa em declínio, uma experiência que ele descreve em romances como: O Livro Negro e O Senhor Cevdet e Seus Filhos e mais profundamente em, Istambul: Memórias da Cidade. Frequentou a Universidade, para fazer o curso de arquitectura, mas acabou por abandonar, para se tornar escritor e graduou-se no Instituto de Jornalismo de Istambul. Teve dificuldades em encontrar editor para o seu primeiro romance e entretanto casou com a historiadora Aylin Turegen. A sua mulher estava a fazer o doutoramento na Universidade de Colômbia: Pamuk visitou a instituição e utilizou esse tempo para realizar pesquisas e escreveu o romance, O Livro Negro.
Pamuk retornou para Istambul. Ele e sua mulher tiveram uma filha chamada Rüya, mas mais tarde acabaram por se divorciar. Logo após a publicação do seu terceiro romance, o nome de Pamuk, começou a ter repercussão, além fronteiras. O romance Beyaz Kale, foi contemplado com o primeiro de muitos prémios literários internacionais. Nesta obra o autor começou a experimentar técnicas pós-modernas, distanciando-se claramente do naturalismo dos seus primeiros trabalhos.
Entre 1985 e 1988, Pamuk residiu em Nova Iorque, trabalhando como professor convidado na Universidade de Colômbia. Durante a sua estadia, escreveu grande parte do livro que iria começar a cimentar a sua reputação internacional : Kara Kitap. Constituiu um ponto de viragem na sua carreira, graças ao sucesso que granjeou. Em 1992, esta controversa obra foi levada ao grande ecrã pelo seu compatriota Ömer Kavur, tendo sido o próprio Pamuk a escrever o guião do filme, intitulado Gizli Yüz (The Secret Face).
Em 1995, publicou o romance Yeni Hayat, que em breve se tornaria num dos livros mais lidos de sempre na Turquia. A consagração definitiva dos críticos literários viria em 1998, com Benim Adım Kırmızı, um romance onde fantasia e realidade andam de mãos dadas e em que o mistério, o amor e a reflexão filosófica, se entrelaçam sobre o pano de fundo de uma Istambul do século XVI, onde por vezes irrompe a Istambul dos dias de hoje. Esta obra valeu-lhe o prestigiado, International IMPAC Dublin Literary Award de 2003, além de outros dois prémios.
Mas o que o catapultou definitivamente para a fama mundial entre o grande público, foi o facto de ter sido galardoado, com o Prémio Nobel da Literatura. Na alegação, onde a Academia Sueca justificava a atribuição do prémio, é de destacar a seguinte frase: "
Em busca da alma melancólica da sua cidade natal, Pamuk encontrou novos símbolos para retratar o choque e o cruzamento de culturas".
Outras obras de Pamuk: Öteki Renkler İstanbul: Hatıralar ve Şehir, Babamın Bavulu.

ACTIVIDADES POLÍTICAS - Pamuk é uma figura de proa na Turquia na defesa dos direitos políticos dos curdos, tendo sido processado em 1995 juntamente com outros escritores, por publicarem uma série de ensaios muito críticos, em relação ao tratamento dado aos curdos pela Turquia. Em 2005 Pamuk foi acusado de "insultar e desacreditar a identidade turca", numa entrevista concedida a Das Magazin, um suplemento semanal de vários jornais diários suíços.
Na entrevista, o escritor afirmava que "ninguém se atreve a falar" do genocídio contra o povo arménio, levado a cabo pela Turquia durante a Primeira Guerra Mundial e da posterior matança de 30 mil curdos. O caso foi levado à justiça turca, e Pamuk teve mesmo que prestar declarações em tribunal. Este caso suscitou grande polémica internacional e o romancista tornou-se conhecido um pouco por todo o mundo.

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