«Vocês sabem o que significa amar a humanidade? Significa apenas isto: estar satisfeito consigo mesmo. Quando alguém está satisfeito consigo mesmo, ama a humanidade. » Pirandello

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CLAUDE SIMON (1913-2005)

Claude Simon - escritor francês, vencedor do Prémio Nobel de Literatura de 1985.
Com um ano perdeu o pai na Primeira Guerra Mundial. O convívio com a mãe em Perpignan durou até 1924, altura em que morreu de cancro. Com a morte da mãe, passou a ser tutelado por um primo alemão e uma avó. Em 1931 estudou pintura e fotografia, ofícios que lhe deixaram marcas no seu estilo.
Em 1936, partiu para Barcelona, juntando-se aos republicanos, na luta contra os franquistas, durante a Guerra Civil Espanhola e passados dois anos voltou a França. Nessa altura escreveu, Le Tricheur. Em 1939, foi mobilizado para lutar contra a frente alemã. Foi preso, mas fugiu do campo de concentração. Reentrando em França, juntou-se à Resistência. Terminado o período de guerra dedicou-se à vinicultura.
Depois de Le Tricheur, Claude Simon escreveu La Corde Raide, Gulliver e Le SacrePrintemps. Livros preparatórios, que o autor rejeitaria posteriormente. Apenas com, Le Vent, o autor parece ter encontrado o seu estilo, momento em que, abandonou a ideia de escrever romances nos moldes tradicionais. Ligado ao Movimento do Nouveau Roman, que nos anos 50 procurou aprofundar as preocupações formais e questionamentos à elaboração do romance, já feitos por autores como Marcel Proust, James Joyce e Franz Kafka. Influenciado sobretudo pelo trabalho formal de Faulkner e da escrita em torno da memória, como desenvolveu Proust, nos livros de Claude Simon estão interligadas as percepções sensoriais e a simultaneidade da memória. Como saber? Que saber? Pergunta-se o narrador de, La Route de Flandres e que demonstra bem a incerteza porque caminham os personagens de Claude Simon. Certos temas são recorrentes: o antepassado ilustre, general da época da Revolução Francesa, parte fundamental do romance-epopeia, Les Géorgiques, o êxtase sexual, os cavaleiros em marcha, sem sentido, para a morte, a avó e seu papel central na família e a guerra de Espanha. Temas recorrentes como a obra de um pintor, que retoma, reelabora e recria o seu universo particular.
Apesar do relativo desconhecimento do público, mesmo o francês, a obra de Claude Simon ganhou audiência em todo o mundo, traduzida para diversos idiomas. Quando ganhou o Prémio Nobel de Literatura, a Academia Sueca, justificou a escolha dizendo: Pela novelística que combina a criatividade do escritor com a do poeta, conscientes da influência do tempo no futuro da condição humana. Claude Simon morreu em 2005, com 91 anos.


Escreveu cerca de vinte e tal livros, dos quais eu não li nenhum, tenho que frequentar mais a Biblioteca. Por muito que se leia, há uma imensidão de obras ainda para ler.

Sem comentários: